O BdP pressiona saída de banqueiro, adianta o semanário Sol. O fim do processo de reorganização do grupo terá precipitado a decisão.
O supervisor terá pressionado Salgado a abandonar o cargo, como passo final de uma reestruturação que se aproxima da sua fase final, depois de já ter obrigado a mudanças profundas no grupo.
O banco terá tido de assumir prejuízos que não estavam registados, além de clarificar relações entre sociedades da família Espírito Santo. Recorde-se que o BES foi o único entre os grandes bancos que não recorreu à linha de apoio da troika e escapou a planos de reestruturação acordados com a Comissão Europeia.
Este verão, haverá novos testes de stress, e em outubro já será o Banco Central Europeu a assumir a supervisão dos principais bancos europeus, daí que o BdP queira deixar a ‘casa arrumada’, sugere o Sol.
O BES teve um prejuízo de 518 milhões de euros devido à reavaliação de ativos, enquanto o Espírito Santo Financial Group (ESFG), que detém a maioria do capital do banco, teve um prejuízo de 864 milhões de euros, só no ano passado.
Ricardo Salgado deverá poder manter-se na liderança dos negócios da família, através do ESFG, mas terá mesmo de deixar a presidência ainda antes da data prevista para o final de mandado, que só iria terminar em 2015.
Para dia 5 de maio está marcada uma assembleia-geral do banco onde um dos pontos é precisamente a recondução da administração de Ricardo Salgado para um novo mandato de seis anos. Mas espera-se, no entanto, que a própria saída do banqueiro seja já referida, embora só em junho deva estar concretizada.