O investimento previsto ascende a mil milhões de euros para explorar durante pelo menos 25 anos um depósito cujas "concentrações e quantidades" foram consideradas "muito atrativas" após 18 meses de perfuração subterrânea e estudos, disse a Imerys em comunicado.
O depósito "deverá constituir uma fonte de abastecimento doméstico sustentável e competitivo para os fabricantes de automóveis franceses e europeus e dar um contributo significativo para enfrentar os desafios da transição energética", disse o diretor executivo da Imerys, Alessandro Dazza.
O lítio é um dos principais componentes das baterias concebidas para substituir os combustíveis fósseis dos automóveis. Foi identificado como "crítico" pela Comissão Europeia em 2020.
A União Europeia, que estabeleceu para si própria o objetivo de abandonar os carros térmicos até 2035, a fim de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, tem planos para criar fábricas de baterias elétricas, mas está muito carente de matérias-primas críticas como o lítio.
Desde 1850, o sítio de Beauvoir, na região de Allier, alberga uma pedreira que produz anualmente cerca de 30.000 toneladas de caulino, utilizado no fabrico de porcelana e azulejos. Foi comprada pela Imerys em 2005.
Desde os anos 1960, que as autoridades francesas identificaram a presença de lítio no subsolo deste sítio, mas Imerys manteve-se até agora extremamente cauteloso quanto à possibilidade de o explorar, afirmando até à primavera passada que não tinha confirmação do conteúdo de lítio nem dos métodos a utilizar para o extrair de forma rentável.
"Em 2021 e 2022, a Imerys investiu 30 milhões de euros", incluindo um milhão de euros de fundos públicos de um pacote de estímulo francês, para financiar uma extensa exploração e análise do local.
"Segundo as estimativas iniciais, o projeto permitiria a produção de 34.000 toneladas de hidróxido de lítio por ano durante pelo menos 25 anos", salientou-se na mesma nota.
"Seria um dos maiores projetos de extração de lítio na União Europeia e, uma vez totalmente operacional, poderia equipar o equivalente a 700.000 veículos elétricos", acrescentou a Imerys.
A empresa estima os custos de produção "entre sete e nove euros por quilo", o que garantiria "um retorno interessante do investimento".
Por outro lado, promete "1.000 empregos diretos e indiretos na região de Auvergne-Rhône-Alpes, repartidos por dois locais".
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