O ministro da Economia, António Costa Silva, disse na quinta-feira que Portugal está em diálogo com a Comissão Europeia relativamente à decisão de taxar os lucros extraordinários das empresas e admite que esta medida pode mesmo chegar a outros setores. Ainda assim, sublinha que é necessário algum cuidado.
"A questão dos lucros extraordinários é uma questão que se coloca sempre quando há crises deste tipo e há estes problemas com o sistema energético. A questão é que temos de ser cuidadosos para ver a especificidade do sistema fiscal português. Algumas das empresas de energia já pagam a contribuição extraordinária", disse o ministro da Economia, em entrevista à RTP.
Questionado sobre se Portugal vai seguir a recomendação de Bruxelas, relativamente a este assunto, o ministro da Economia garantiu: "Estamos em diálogo com a Comissão Europeia".
A Comissão Europeia propôs, na quarta-feira, uma taxação de 33% sobre os lucros extraordinários das empresas de petróleo, gás, carvão e refinaria, cujas receitas deverão ser "cobradas pelos Estados-membros e redirecionadas para os consumidores de energia", para aliviar preços.
Contas da Comissão Europeia revelam que esta medida poderia resultar num total de 25 mil milhões de euros para os Estados-membros.
Em relação à aplicação deste imposto a outras áreas, além da da energia, Costa Silva respondeu que "sim, está tudo em aberto".
Na quinta-feira à tarde, o ministro da Economia garantiu que o Executivo está a monitorizar os lucros das empresas energéticas, após Bruxelas ter proposto a taxação de lucros excessivos neste setor, medida que ficou de fora do pacote apresentado pelo Governo.
Leia Também: Nova linha, formação e reforços: Os apoios do Governo para as empresas