O gestor respondia às questões dos jornalistas sobre os "lucros caídos do céu", em alusão ao imposto extraordinário sobre a banca e a energia criado em Espanha, durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados da CGD, que apresentou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 65% face a igual período do ano passado.
"Não temos lucros excessivos, nem na margem. Tivemos felizmente várias áreas do banco a correr bem", disse, elencando a atividade internacional, a recuperação de crédito e a venda de carteira de imóveis.
Paulo Macedo recordou que a banca já paga uma contribuição extraordinária desde 2011, tendo sido ainda criado em 2020 o adicional de solidariedade sobre a banca.
"Os impostos sobre a banca que são extraordinários já lá estão", disse, acrescentando que "a CGD e outros bancos todos os anos que tiveram prejuízos pagaram o imposto extraordinário".
Para o gestor, "as taxas vão aumentar, mas de certeza que não é com Euribor a 2% ou a 1,89% que há lucros anormais".
Paulo Macedo sublinhou, contudo, que o banco público "teve mais uma vez resultados expressivos".
"Estamos a sair do ambiente anormal de taxas de juro negativas, neste semestre a Caixa ainda pagou juros do lado do ativo e do passivo, ainda continuámos no mês que estamos a pagar sobre os depósitos em que temos (...), essa situação mudará. Entendemos que a Caixa até agora não teve praticamente nenhum efeito das taxas de juro", disse.
Contudo, admitiu que "terá no futuro".
"O que estamos a fazer relativamente às famílias e às empresas é: relativamente às empresas estamos a fazer visitas, inquéritos, fizemos uma primeira análise de mil empresas de setor vulneráveis a esta crise, designadamente empresas de transporte, siderúrgicas, de produtos metalomecânicos, empresas agrícolas, pesticidas para vermos quais são os seus problemas", explicou, admitindo ainda assim que a situação será "difícil para algumas famílias", ainda que destaque o aumento da poupança registado.
[Notícia atualizada às 20h03]
Leia Também: BPI: Inflação é "claramente" o tema "mais preocupante neste momento"