"É evidente que o aumento em 75 pontos-base" da taxa de juro de referência da Fed, anunciada hoje, "é extraordinariamente importante", mas, "na perspetiva de hoje, uma subida de 50 pontos-base ou 75 pontos-base parece muito provável na nossa próxima reunião", em 26 e 27 de julho, adiantou Powell em conferência de imprensa.
A bolsa nova-iorquina reagiu em alta às notícias da reunião do comité de política monetária da Fed (FOMC, na sigla em Inglês), com o Dow Jones a progredir cerca de um por cento, o S&P500 a avançar dois por cento e o Nasdaq três por cento.
Durante o encontro com os jornalistas, Powell acentuou que a Fed "não quer provocar uma recessão".
A decisão de hoje coloca a taxa de juro de referência no intervalo entre 1,50% e 1,75% e representa a maior subida desta desde novembro de 1994, quando o democrata Bill Clinton era o presidente e Alan Greenspan chefiava a Fed.
No horizonte está a possibilidade de esta taxa acabar o ano no intervalo entre 3,25% e 3,50%, o que seria o seu nível mais alto desde 2008.
O banco central está a acentuar o aperto do crédito e o arrefecimento da economia, depois de o crescimento de preços ter atingido um máximo de quatro décadas, em 8,6%, em termos anuais, estar a estender-se a mais áreas da economia e não mostrar sinais de abrandamento.
Nas projeções que divulgou depois da reunião do FOMC, a Fed indicou que espera agora uma inflação de 5,2% este ano, em vez dos 4,3% que previa em março e antecipou um crescimento mais fraco de 1,7%, quando há três meses previa 2,8%.
Quanto à taxa de desemprego, as novas previsões apontam para 3,7%, acima dos 3,5% da previsão anterior.
"A atividade económica em geral recuperou", considerou a Fed no comunicado, mencionando "sólidos avanços no mercado laboral nos últimos meses e uma taxa de desemprego num nível baixo".
Mas "a inflação permanece "elevada refletindo os desequilíbrios entre a oferta e a procura associados à pandemia, os preços da energia elevados e pressões sobre os preços mais amplas".
O banco central sublinhou que a invasão da Ucrânia e as sanções impostas à Rússia criaram "pressões adicionais para a subida da inflação que penalizam a atividade económica mundial".
O FOMC afirmou que se vai manter atento aos riscos de inflação.
A taxa de inflação continuou a acelerar em maio nos Estados Unidos e atingiu 8,6%, um novo recorde em 40 anos, segundo o índice CPI publicado na sexta-feira.
A luta para conter a inflação tem sido apontada como uma prioridade pelo banco central e pelo próprio Presidente norte-americano, Joe Biden.
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