Depois das quebras, o petróleo está a negociar em alta, esta quarta-feira, com o barril do Brent - que serve de referência para as importações nacionais - a valorizar 1,2% para 108,57 dólares, de acordo com o Investing.
A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em junho terminou na terça-feira no mercado de futuros de Londres em baixa de 5,33%, para os 107,13 dólares.
Também o crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão anterior no International Exchange Futures a cotar 6,03 dólares abaixo dos 113,16 com que fechou as transações na segunda-feira.
A cotação acelerou as quedas na terça-feira, ao exceder os 5%, na sequência da redução considerável das perspetivas de crescimento da economia mundial, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o que deixa antecipar uma redução da procura do petróleo.
"O petróleo está hoje [terça-feira] em baixa com o reaparecimento dos receios de recessão, com a redução das perspetivas de crescimento mundial do FMI, em quase um ponto percentual", comentou Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote, questionado pela AFP.
O FMI reduziu fortemente as suas previsões de crescimento para 2022, devido às "ondas sísmicas" provocadas pela invasão russa da Ucrânia. A nova previsão do FMI é agora de 3,6%, menos 0,8 pontos percentuais do que em janeiro.
"Assim, a redução que constatámos é principalmente o reflexo de perspetivas de procura mais fracas, devido às inquietações ligadas à diminuição do ritmo da economia mundial", prosseguiu Ozkardeskaya.
A procura já tinha tido "algum enfraquecimento nos últimos tempos", designadamente na China, observou Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.
"As restrições ligadas ao novo coronavirus decididas pelas autoridades provavelmente tiveram a sua quota-parte", sublinhou, uma vez que os 65 milhões de habitantes de Xangai, capital económica da China, têm estado confinados desde o início de abril devido à pandemia.
Mas, segundo Stephen Innes, analista da Spi Asset Management, a cotação do petróleo está entre "os défices da oferta mundial e a descida da procura chinesa".
Esta situação de baixa, relativizou Ipek Ozkardeskaya, "deve continuar provavelmente limitada, porque as inquietações do lado da oferta mantêm-se", entre "a reticência da OPEP (a Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a extraírem mais petróleo, a escalada da guerra na Ucrânia (provocada pela invasão russa), os problemas na Líbia e os ataques dos Houthis na Arábia Saudita".
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