Mesmo que permaneça num nível elevado, o desemprego no Brasil nunca esteve tão baixo num trimestre de novembro a janeiro em seis anos (9,7%), embora a maior economia da América Latina ainda tenha 12 milhões de desempregados.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE, esta queda do desemprego deve-se sobretudo à recuperação do retalho, setor cujo número de empregados é agora "maior do que antes da pandemia" de covid-19, graças à retoma do consumo.
"Esse resultado mostra que a tendência observada a partir do segundo semestre de 2021 continua", frisou a especialista.
O órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro também apurou que o rendimento médio dos trabalhadores continuou a cair, com uma queda de 9,7% num ano.
O número de pessoas empregadas na economia informal, que na maioria dos casos trabalham sem contrato e em condições precárias, manteve-se muito elevado, situando-se em 38,5 milhões no trimestre em análise, ou 40,5% da população ativa.
O poder aquisitivo dos brasileiros também foi afetado pela inflação, que se acentuou ainda mais com a guerra na Ucrânia.
A inflação de um ano subiu para 10,54% em fevereiro no Brasil, com um aumento mensal de preços de 1,01%, o maior desde 2015 para este mês do ano.
O PIB do Brasil cresceu 4,6% em 2021, após uma queda de 3,9% em 2020 devido à pandemia, mas as previsões de analistas apontam para um crescimento quase lento em 2022, de apenas 0,49%.
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