A via, com cerca de 150 metros, estava em acelerado processo de degradação, descreve a Câmara de Porto de Mós numa nota hoje divulgada, pelo que era "por demais evidente" a "emergência de investir neste monumento", classificado como Imóvel de Interesse Público.
Em 2001, recorda o município, foi realizada uma intervenção de emergência e provisória, que conteve o processo destrutivo. O projeto de restauro completou-se agora, por iniciativa da autarquia e da Direção Regional de Cultura do Centro.
Situado na área do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o troço romano tem agora a estrutura reforçada e os pontos onde a erosão era mais evidente foram restaurados, procurando "a integridade do monumento".
A intervenção, que se estendeu por três meses e custou 28 mil euros, permitiu também acrescentar conhecimento sobre este vestígio patrimonial da presença romana no território, nomeadamente sobre o método de construção e a datação mais exata da via de Alqueidão da Serra.
Segundo a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), a via romana em causa foi construída entre os séculos I a.C e I d.C e integrava a ligação entre Santarém, Scallabis, e Leiria, Collipo, "dois importantes polos administrativos vigentes em plena Antiguidade romana".
A construção da estrada naquele lugar visava escoar o minério de ferro extraído em Alqueidão da Serra, onde existem vestígios de fornos do período romano.
De acordo com o 'site' da DGPC, a via de comunicação tinha, no seu todo, um propósito mais ambicioso: colocar em contacto Tomar, Sellium, o porto de Paredes da Vitória, no concelho de Alcobaça, e Coimbra, Conímbriga.
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