Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average baixou uns escassos 0,02%, nas que o alargado S&P500 recuou ,54% e o tecnológico Nasdaq perdeu 1,40%.
Em baixa de 9,2% desde o início de dezembro, o S&P500 está em risco de viver o pior mês de janeiro da sua história, com o pior desempenho até agora a ser o de 2009, quando desvalorizou 8,6%.
Os investidores estão com alguma dificuldade em recuperarem da conferência de imprensa do presidente da Fed, Jerome Powell, na quarta-feira.
O seu tom "foi mais firme do que alguns estavam à espera", disse Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.
"Em particular, os investidores estão a lidar com a ideia de que a Fed não vai estar tão disponível como tem estado para apoiar o mercado bolsista", acrescentou, com a prioridade a ser claramente o ataque à inflação.
Este entendimento junta-se ao facto de "a inclinação para vender quando o mercado sobe permanece um dos temas dominantes desde o início do ano", segundo os analistas da Briefing.com.
Não obstante, o dia tinha começado bem, com vários indicadores macroeconómicos positivos para os investidores, desde logo o do crescimento da economia dos EUA, que foi de 5,7% em 2021, o ritmo mais forte dos últimos 37 anos.
Mas a sessão desenrolou-se de acordo com um cenário, que se está a revelar um clássico desde o início do ano, perdendo força em meio do dia, antes de acabar em sentido contrário ao do início.
Hoje, para a inversão dos índices contribuiu a divulgação dos resultados de empresas como Tesla, Intel, McDonald's ou Comcast.
A ausência da apresentação de um novo modelo (Tesla) ou margens aquém das expectativas (Intel e McDonald's), apesar de lucros em forte alta, bastaram para abalar os investidores.
A Tesla fechou mesmo o dia em baixa de 11,55%, apesar de lucros recordes em 2021, com os investidores a valorizarem as palavras de Elon Musk, que transmitiu preocupação com a persistência de dificuldades no aprovisionamento.
O desempenho da Tesla arrastou consigo os de todo o setor, com perdas generalizadas dos títulos mais representativos, como Rivian (-10,50%), Lucid (-14,10%) ou Nikola (-9,01%).
A rotação dos investimentos, dos das empresas de tecnologia para os das dos setores tradicionais, anunciada há algumas semanas, não ocorreu.
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