Engenheiros querem demonstrar capacidade na nova era do gás do Rovuma

Carduel Bila, 33 anos, engenheiro químico formado na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, é um dos que vai trabalhar na plataforma Coral Sul, que hoje iniciou viagem dos estaleiros na Coreia do Sul rumo a Moçambique.

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Lusa
15/11/2021 10:13 ‧ 15/11/2021 por Lusa

Economia

Moçambique

Diz ter a sensação de "ser pioneiro" e "carregar nos ombros alguma responsabilidade" por estar entre "os primeiros nesta indústria" no país.

"Responsável por demonstrar que nós, moçambicanos, temos capacidade, aprendemos rápido e somos capazes de assegurar o processamento de gás natural liquefeito num futuro breve", referiu à Lusa.

Carduel falava à margem da cerimónia oficial de lançamento da plataforma flutuante que vai estrear a era de exploração de gás da bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado, classificada entre as maiores reservas do mundo.

O início de exploração é o primeiro passo para colocar Moçambique entre os maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito.

A infraestrutura vai funcionar a partir de 2022 com cerca de 270 pessoas a bordo e outras em escritórios instalados em Maputo e Pemba, a maior parte das quais de outros países devido à falta de técnicos especializados em Moçambique.

Mas a petrolífera Eni, que lidera o projeto do consórcio da Área 4 de exploração de gás, pretende ter mais mão-de-obra moçambicana, considerando-a uma opção com vantagens para o país, criando emprego e oportunidades, e para as contas da petrolífera, dados os custos de manter pessoal no estrangeiro.

A par do trabalho nos estaleiros, está em curso um programa de formação de longa duração de 204 moçambicanos no setor do petróleo e gás, 48 dos quais já integrados nas equipas do projeto Coral Sul.

A estratégia inclui também formação de docentes e outros profissionais, com a meta de chegar a 800 pessoas preparadas após 15 anos de operação, com efeitos multiplicadores.

"O processos é gradual ", refere Gilberto Semente, 35 anos, outro dos formandos da Eni na Coreia do Sul, numa preparação feita pela petrolífera que ao longo de vários meses os tem levado também a diferentes projetos de petróleo e gás no mundo, especializando o conhecimento do setor.

"Daqui a uns anos não estarão a falar comigo, mas com outros e talvez cheguemos a um nível em que já não verão caras estrangeiras, verão só moçambicanos" neste tipo de projetos, diz Gilberto.

Tal como Carduel, é engenheiro químico graduado em Moçambique e vê no projeto Coral Sul a concretização de "um sonho" de "poder transformar matéria-prima em produtos úteis", quando terminar a formação em abril de 2022 e regressar a casa para trabalhar na plataforma.

A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma 'joint venture' em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.

A Galp, KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detém cada uma participações de 10%.

Leia Também: Nyusi antevê desenvolvimento e segurança na nova era do gás do Rovuma

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