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"Há intenções de investimento que se retraem em virtude da incerteza"

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, alertou hoje que "há intenções de investimento que se retraem em virtude da incerteza" política em redor da aprovação do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

"Há intenções de investimento que se retraem em virtude da incerteza"
Notícias ao Minuto

16:43 - 27/10/21 por Lusa

Economia Siza Vieira

"Há intenções de investimento que se retraem em virtude da incerteza. É mais uma incerteza. Nós temos incerteza sobre o custo das matérias-primas, quanto tempo vão estar os combustíveis com estes preços elevados, onde é que dispomos de mão-de-obra para responder às nossas necessidades... e agora temos mais uma incerteza a adicionar a isso", disse o ministro no debate, na generalidade, sobre o OE2022, referindo-se à possibilidade de rejeição da proposta do Governo.

Respondendo a pedidos de esclarecimento dos deputados do PS Nuno Sá e Vera Braz, o governante afirmou que um eventual 'chumbo' "vai ter um impacto sobre o ritmo" da recuperação económica.

"Da parte do Governo, da parte do ministro da Economia, estaremos aqui, durante todo o tempo em que estivermos em funções, para mitigar isso e responder às necessidades das empresas e das economias", sustentou.

Pedro Siza Vieira dirigiu-se posteriormente ao deputado do PCP Bruno Dias, defendendo o planeamento feito para a subida do salário mínimo até aos 750 euros no final da legislatura.

"É muito importante que nós possamos oferecer perspetivas de previsibilidade e estabilidade", advogou, dizendo que "as pessoas fizeram as suas projeções, as suas previsões, em virtude disso".

Num momento mais vigoroso da sua resposta, o governante lembrou que "desde 2015 o salário mínimo em Portugal aumentou um terço: 32%".

"A Alemanha vai agora aumentar 25%. A Alemanha não aumenta o salário mínimo há anos", exclamou, calculando que o aumento até aos 750 euros até 2023 representará "um aumento de 50%, 48% para ser exato".

Na sua intervenção inicial, Pedro Siza Vieira já tinha alertado que "qualquer passo maior que a perna pode fazer-nos perder a credibilidade" conquistada nos últimos anos, "podendo conduzir a um aumento brusco e descontrolado dos juros da dívida pública e privada".

"Mas isso não chega, dizem alguns. E preferem rejeitar o orçamento sob o pretexto de não ir suficientemente longe nem com maior rapidez. Preferem rejeitá-lo, na verdade, por motivos que não têm a ver com a proposta orçamental", disse.

Pedro Siza Vieira considerou que "nunca os partidos à esquerda do PS tiveram tanta capacidade para marcar a agenda da governação, e nunca um Orçamento do Estado foi tão moldado por esses partidos", afirmou no seu discurso.

Recuperando esta linha de raciocínio, na resposta a Bruno Dias (PCP), Pedro Siza Vieira também alertou para as consequências da hipotética queda do Governo.

"Se este Governo cai, se damos a oportunidade a alguém para vir aqui, aqueles senhores já disseram que o salário mínimo é muito elevado", afirmou, apontando para a bancada do PSD.

Assim, caso se rejeite o orçamento, no entender do ministro da Economia, abre-se a oportunidade "para aqueles que não gostam do salário mínimo aumentar exercerem o poder".

"Quando estamos a rejeitar um Orçamento do Estado porque não vamos suficientemente longe na 'destroikização' das leis laborais, estamos a dar oportunidade àqueles que as 'troikizaram', àqueles que querem voltar a mudá-las", advertiu.

"Apetece dizer: 'Que desperdício", tinha já desabafado, durante o seu discurso, o ministro.

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