"Fazemos tudo o que faz uma câmara de comércio e mais o que eles não fazem", explicou à agência Lusa Dário Silva, empresário natural do Porto, radicado no país asiático há mais de dez anos, e um dos fundadores do clube de negócios, designado PorCham.
O projeto conta com 50 associados, que representam um total de volume de negócios de 2,5 mil milhões de euros, maioritariamente empresas chinesas com interesses em Portugal, segundo a mesma fonte.
O escritório da PorCham é na cidade de Cantão, a capital da província de Guangdong.
Guangdong é a província chinesa que mais exporta e a primeira a beneficiar das reformas económicas adotadas pelo país no final dos anos 1970, integrando três das seis Zonas Económicas Especiais da China - Shenzhen, Shantou e Zhuhai.
O Governo chinês quer aliar as principais cidades de Guangdong, incluindo Shenzhen e Dongguan, e as regiões semiautónomas vizinhas de Hong Kong e Macau, para formar um 'cluster' de classe mundial, designado Área da Grande Baía.
"O objetivo da PorCham é transformar-se na primeira Câmara de Comércio China--Portugal com sede na China, o que não existe e nunca existiu", explicou Dário Silva.
"Há já alguns projetos de investimento em estudo que passam pela criação de dois fundos de investimento, um vocacionado para o setor imobiliário e outro para o setor empresarial e industrial, bem como dois possíveis investimentos industriais, um no setor da saúde e outro no setor dos compósitos", revelou.
O clube vai também servir para fazer "mediação" de negócios e representar produtos portugueses em feiras comerciais na China, numa altura em que as entradas no país são restringidas pelas medidas de prevenção contra a covid-19.
O país asiático, que adotou uma política de "tolerância zero" para com o vírus, exige que qualquer pessoa que viaje do exterior cumpra um período de até 21 dias de quarentena à chegada, num hotel designado pelas autoridades.
A emissão de autorizações de residência ou vistos de negócios foi também reduzida durante o período da pandemia.
"Muitos [dos empresários] não podem vir, mas já houve casos em que os empresários enviam o produto e nós representamos", disse Dário Silva.