Cabo Verde perde mais de 544 milhões em três anos por causa da pandemia

Cabo Verde vai perder mais de 544 milhões de euros em três anos por causa da pandemia da Covid-19, mas prevê criar condições para começar a financiar os custos da pandemia, disse hoje o ministro das Finanças.

Cabo Verde

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Lusa
05/10/2021 22:50 ‧ 05/10/2021 por Lusa

Economia

Covid-19

 

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"Segundo os nossos dados, por ano, de 2020 a 2022, Cabo Verde deve perder cerca de 20 mil milhões de escudos cabo-verdianos de receitas públicas (181 milhões de euros). Em termos acumulados, estamos a falar de mais de 60 mil milhões de escudos cabo-verdianos (mais de 544 milhões de euros)", avançou Olavo Correia.

O também ministro das Finanças referiu que em cada um dos três anos (2020, 2021 e 2022) o país teve perda de receitas de 20 mil milhões de escudos (181 milhões de euros), pelo que agora tem de começar a criar condições para o financiamento dos custos da pandemia.

"Isso não pode ser financiado apenas com recurso ao endividamento externo e com os donativos, tem de ser financiado também com recurso à mobilização de mais receitas no plano interno", apontou, considerando que seria o mais credível e que o país estaria a dar um bom sinal na gestão dos custos da pandemia.

O Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2022 é de 662 milhões de euros (73 mil milhões de escudos cabo-verdianos) e prevê um crescimento entre até 6%, para fazer a ponte entre a pandemia e a retoma económica, conforme dados apresentados pelo também vice-primeiro-ministro.

A proposta tem uma redução de 2% no valor, que o ministro justificou com a necessidade de "dar um sinal" na diminuição das despesas públicas, para garantir um quadro orçamental sólido.

"Falamos de despesas públicas de funcionamento, que são adiáveis, que não põem em causa o essencial do compromisso do Estado com a Educação, a Saúde, a Segurança ou com a Proteção Social", justificou.

O orçamento, prosseguiu a mesma fonte, é financiado na sua maioria pelos impostos, que aumentam 25,6%, os donativos, mesmo diminuindo 24,2%, e os empréstimos, que também terão uma redução, de 44,9%.

A nível da alocação dos recursos do Orçamento do Estado para 2022, a maior parte vai para os serviços públicos gerais (26,6%), seguida da Educação (15,7%), Proteção Social (13,8%), Assuntos Económicos (11,6%), Saúde (11%), Segurança e Ordem Pública (7,9%), Habitação e Desenvolvimento Urbanístico (6,2%), Proteção Ambiental (4,6%).

Segundo o ministro das Finanças, para o próximo ano prevê-se um crescimento económico entre 3,5% e 6%, depois das previsões entre 6,5% e 7% este ano e da forte recessão económica de 14,8% em 2020, por causa dos efeitos da pandemia da covid-19.

Já a inflação deverá situar-se entre 1,5% e 2%, o défice orçamental ainda negativo (- 6,1%), dívida pública de 150,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e taxa de desemprego a reduzir para 14,2%, depois de 14,5% nos últimos dois anos.

De acordo com o número dois do Governo, o orçamento para 2022 "é um dos mais desafiantes da história económica e social de Cabo Verde" e pretende aproveitar a tendência positiva do exterior, com o crescimento mundial previsto para 6% em este ano e 4,9% em 2022.

Desde o início da pandemia, Cabo Verde registou um total de 37.718 casos de Covid-19 e 345 mortes.

Leia Também: Cabo Verde regista uma morte, 17 novos infetados e 25 recuperações

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