Postos de venda de jornais pedem audiência ao Governo por causa da Vasp
A Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (ANVI) pediu audiências, ainda sem resposta, aos Ministérios da Cultura e da Economia, por causa da taxa extra da Vasp, mantendo o boicote à venda para 18 e 19 de junho.
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Economia VASP
Em comunicado, a entidade disse que "requereu esta semana pedidos de audiência ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media (Ministério da Cultura) e secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (Ministério da Economia) sem que tivesse, até à presente data, sido confirmada a disponibilidade daquelas secretarias de Estado para reunir e apoiar a situação de fragilidade dos pontos de venda".
De acordo com a ANVI, "a par dos referidos pedidos de reunião", a associação "entrou já em conversações com a Vasp para que suspenda de imediato a intenção de aplicar as referidas taxas adicionais sem que até ao momento tivesse recebido a confirmação por parte daquela empresa que aceitaria desistir da referida cobrança prevista para o próximo mês de julho".
Além disso, a entidade realizou "pedidos de reunião para alguns editores no sentido de se avançar com nova alternativa à distribuição atualmente existente, prevendo-se chegar a todos os editores durante a próxima semana" e iniciou o "levantamento da oferta de distribuição a nível regional que possa permitir à ANVI assegurar a todos os seus associados uma alternativa mais vantajosa à situação atualmente existente".
"Sem resposta dos referidos ministérios, nem a garantia da Vasp da referida suspensão de aplicação de novas taxas, não será possível assegurar a venda de todos os periódicos nos próximos dias 18 e 19 de junho", assegura a entidade.
"Nesta fase importa dar especial atenção a todos os pontos de venda que com dificuldade têm resistido no último ano e os quais se veem agora ser confrontados com alteração de contratos de forma unilateral e com valores -- para muitos -- bastante superiores ao da sua faturação", remata.
Os postos de venda de jornais estão a preparar um boicote à venda de todos os periódicos nos dias 18 e 19 de junho, num protesto contra a taxa extra de distribuição da Vasp, adiantou a ANVI, no dia 11 de junho.
Em 06 de maio, a Vasp enviou uma nota aos clientes relativa à atualização das condições de fornecimento.
De acordo com aquele documento, a que a Lusa teve acesso, a empresa iria cobrar, a partir de 04 de julho, uma taxa diária de entrega no valor de 1,50 euros de segunda a sábado e de um euro aos domingos, a que acresce o IVA, como forma de comparticipação dos custos de transporte, entrega e recolha das publicações.
"Apesar dos vários apelos dirigidos ao Governo da República, a Vasp não recebeu até à data qualquer tipo de apoio do Estado, tendo os seus acionistas vindo a suportar os fortes prejuízos resultantes da manutenção desta atividade", apontou a distribuidora, pedindo um "esforço conjunto" aos pontos de venda, seguindo o modelo em vigor "em outros países europeus".
Para os pontos de venda, o valor angariado com a nova taxa vai além das despesas do transporte, entrega e recolha de publicações.
De acordo com os números avançados à Lusa pelos comerciantes, a VASP tem cerca de 6.000 pontos de venda que vão ser obrigados a pagar cerca de 49,32 euros por mês, perfazendo um total de 295.920 euros.
No âmbito de uma operação em curso, a Cofina Media passará a deter 50% do capital social da Vasp, sendo os remanescentes 50% do capital da sociedade detidos pela Global Media (33,33%) e pela Páginas Civilizadas (16,67%)".
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