Trocas comerciais de UE e EUA valeram 556 mil milhões em 2020

O comércio de bens entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos em 2020 valeu 556 mil milhões de euros, mais do triplo do orçamento anual do bloco comunitário, numa relação comercial ainda assim recentemente turbulenta.

Empresas estimam aumento nominal de 4,9% nas exportações de bens em 2021

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Lusa
14/06/2021 17:47 ‧ 14/06/2021 por Lusa

Economia

UE/EUA

 

Os líderes da UE reúnem-se na terça-feira em Bruxelas com o Presidente norte-americano, Joe Biden, na primeira cimeira entre Washington e Bruxelas desde 2017, que será focada na recuperação da crise sanitária e económica pós-pandémica e na melhoria das relações comerciais.

Em termos comerciais, Bruxelas e Washington têm a maior relação comercial bilateral do mundo, sendo os maiores parceiros de exportação um do outro, o que no ano passado equivaleu a um comércio de bens de 556 mil milhões de euros, de acordo com dados fornecidos pelo Conselho da UE antes da cimeira de terça-feira.

Este montante é 3,5 vezes mais do que o orçamento anual da UE para 2020.

Em 2019, o comércio total de bens nos dois sentidos foi superior a 420 mil milhões de euros.

Entre os três principais bens que a UE mais importa dos Estados Unidos estão serviços de telecomunicações e serviços empresariais, viagens e licenças, enquanto os norte-americanos procuram mais produtos europeus de maquinaria e transporte, produtos químicos e artigos manufaturados.

Em conjunto, a UE e os Estados Unidos representam 42% do PIB (produto interno bruto) mundial e do comércio global de bens e serviços.

Porém, apesar desta significativa parceria, a relação comercial da UE e dos Estados Unidos ficou marcada nos últimos anos, com Donald Trump à frente da administração norte-americana, pela imposição de tarifas retaliatórias de 25% sobre as importações de aço da UE e de 10% sobre o alumínio.

Com a chegada de Joe Biden, a situação mudou, tendo o Presidente norte-americano acordado em março passado com a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, a suspensão de pesadas tarifas retaliatórias impostas após ajudas públicas à aviação, classificando este como um "novo começo" comercial.

Em causa está a disputa comercial entre Washington e Bruxelas por causa de ajudas públicas à aviação norte-americana (Boeing) e europeia (Airbus), que já dura há vários anos, e no âmbito da qual a OMC já declarou como culpados tanto os Estados Unidos como a UE.

Já em meados de maio, a UE e os Estados Unidos iniciaram discussões para acabar com as disputas comerciais no seio da OMC, tendo o bloco comunitário suspendido temporariamente as tarifas às importações de aço, medidas de salvaguarda que entraram em vigor em 2019 após limitações comerciais norte-americanas aos produtos siderúrgicos europeus.

Em Bruxelas por estes dias está também a conselheira comercial de Joe Biden, Katherine Tai, que se reuniu hoje com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis.

Numa publicação feita na rede social Twitter, Valdis Dombrovskis assinalou que "a relação comercial transatlântica vale quase um bilião de euros por ano".

"Podemos reforçá-la ainda mais, partindo dos nossos muitos objetivos/valores comuns e trabalhando no sentido de resolver as disputas pendentes", adiantou o responsável europeu.

Joe Biden venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro passado e em março deste ano já teve uma breve participação num Conselho Europeu por videoconferência.

Leia Também: UE/EUA: Primeira cimeira em quatro anos com pandemia e comércio na agenda

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