O Bundesbank publicou hoje as suas novas projeções macroeconómicas semestrais, crescimento e inflação, que refletem a recuperação depois do impacto da pandemia.
O banco central alemão prevê que a economia alemã cresça 5,2% em 2022 (contra 4,5% nas projeções de dezembro) e 1,7% em 2023 (contra 1,8%).
O Bundesbank também reviu em alta as suas previsões de inflação para este ano para 2,6% (contra previsão de 1,8% em dezembro), para 1,8% em 2022 (contra 1,3% anteriormente) e prevê uma inflação de 1,7% em 2023.
A inflação subjacente, que exclui os preços da energia e dos alimentos por serem mais voláteis, será de 1,6% este ano, 1,5% em 2022 e 1,7% em 2023, de acordo com cálculos do Bundesbank.
Em relação ao crescimento, o Bundesbank considera que a economia alemã está "no início de uma forte ascensão".
"A economia alemã está a superar a crise da pandemia", disse o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann.
Uma condição para a contínua recuperação económica é que a pandemia seja contida através de campanhas de vacinação rápidas e sustentáveis e que as medidas de confinamento sejam rapidamente levantadas, porque isto contribui sobretudo para a forte recuperação no setor dos serviços, que foi duramente atingido pelas medidas de distanciamento social, e no consumo privado, segundo Weidmann.
Além disso, as exportações estão a aumentar fortemente e por isso "já este verão a produção da economia poderá voltar a atingir o seu nível anterior à crise", acrescenta o presidente do Bundesbank.
A partir do próximo ano, as capacidades económicas poderão ser utilizadas mais do que a média.
Os preços irão subir na Alemanha devido ao aumento do IVA, que foi reduzido no ano passado para impulsionar o consumo, aos novos certificados de emissão de CO2, bem como à subida acentuada dos preços do petróleo e de alguns alimentos.
Devido a estes fatores extraordinários, os preços ao consumidor irão aumentar este ano até 2,6%, embora no final do ano a taxa de inflação possa mesmo atingir temporariamente até mesmo 4%, disse Weidmann.
Mas estes efeitos desaparecerão no próximo ano e a inflação cairá para 1,8% em 2022.
O Bundesbank espera que o défice orçamental da Alemanha ultrapasse 5% este ano e que o endividamento ultrapasse os 70%, mas que no próximo ano caiam drasticamente porque a economia vai recuperar e grande parte da ajuda estatal vai desaparecer.
Weidmann também acredita que os riscos para o crescimento são equilibrados, mas que existem riscos ascendentes para a inflação.
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