Retalhista espanhola Zara fecha as cinco lojas que tinha na Venezuela
A cadeia retalhista espanhola Zara encerrou as suas cinco lojas na Venezuela, nas quais desde 2018 distribuía apenas vestuário em saldo e de velhas coleções, avança a imprensa venezuelana.
© Getty Images
Economia Zara
Os gestores da Zara, insígnia do grupo têxtil Inditex, estiveram nas últimas horas "a retirar o logótipo (ou em alguns casos escondê-lo com panos brancos) que identificava a marca nas fachadas", informa a revista venezuelana "Producto", especializada em negócios, comunicação, marketing e publicidade.
Segundo artigo publicado pela revista na quinta-feira, "o mesmo aconteceu com as (lojas) da Bershka e da Pull & Bear" também pertencentes ao grupo Inditex, fundado pelo empresário espanhol Amâncio Ortega.
O grupo Inditex, adianta a mesma fonte, "deu ordens para deixar de comercializar as suas marcas na Venezuela" e tem vindo a desmantelar as lojas.
A Producto explica ainda que, desde 2018, a Zara "só distribuía para a Venezuela saldos ou stocks de temporadas passadas", mas "parou todos os envios" para o país sul-americano, que enfrenta uma crise económica e financeira.
O grupo Inditex chegou a ter 22 estabelecimentos na Venezuela, 8 deles da Zara, 5 Pull&Bear e 9 da Bershka, nas cidades venezuelanas de Caracas e Valência, e na ilha de Margarita.
As dificuldades, segundo a imprensa local, começaram em 2004, depois de o falecido líder socialista Hugo Chávez, que presidiu ao país entre 1999 e 2013, acusar as lojas de "fraude fiscal".
Em 2013, o Serviço Nacional Integrado de Administração Alfandegária e Tributária (SENIAT, fisco) obrigou a Zara a pagar uma multa de 85.000 dólares (69.513 euros à taxa de câmbio atual) por aumentar os preços em moeda local, após uma desvalorização do bolívar (moeda venezuelana).
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