Douro. Porto adia contrato para lançamento de concurso para nova ponte

O presidente da Câmara do Porto deu hoje indicações para que não seja assinado já o contrato para o lançamento do concurso para a nova ponte sobre o Douro, depois das críticas da oposição sobre a condução do processo.

Porto, Portugal. Dom Luis I bridge crossing the Douro river and linking Vila Nova de Gaia, bottom, and Porto, top. The boats, called rabelos, once transported port wine on the river and are now used for excursions. (Photo by: Ken Welsh/Universal Images Gr

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Lusa
13/05/2021 12:46 ‧ 13/05/2021 por Lusa

País

Câmara do Porto

"Se não querem, é simples: a senhora [Cátia Meirinhos, administradora Executiva da GO Porto, empresa municipal que vai assumir a gestão da obra] fica com a incumbência de não assinar o contrato. Nós vamos preparar uma proposta para vir à câmara nos próximos 15 dias. Desafio os partidos aqui presentes a votar contra", instou o independente Rui Moreira, na reunião do executivo desta manhã.

Os vereadores do PS, PSD e CDU criticaram hoje a falta de debate e transparência na discussão das opções do traçado para a nova ponte D. António Francisco dos Santos, cujo custo, incluindo acessos, é de 36,9 milhões de euros - valor a que acrescem 1,63 milhões de euros para estudos.

De acordo com a administradora da Go Porto, Cátia Meirinhos, a abertura do concurso público internacional para a nova travessia sobre o rio Douro foi hoje aprovada, por unanimidade, na reunião do executivo da Câmara de Gaia.

A nova travessia sobre o Douro ficará a montante da Ponte D. Luís I, entre as pontes do Freixo (rodoviária) e de São João (ferroviária) e deverá estar concluída em 2025.

No período antes da ordem do dia, Cátia Meirinhos apresentou em detalhe a nova travessia, explicando que o projeto inicial, nomeadamente no que se refere à localização e comprimento, sofreu alterações devido aos condicionamentos impostos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Na proposta que vai a concurso, a ponte terá uma extensão total de 625 metros, 300 dos quais sobre o rio, e um perfil transversal do tabuleiro de 21,50 metros, com separador central e duas faixas de rodagem com duas vias cada, uma ciclovia unidirecional em cada sentido, bem como, passeios.

Pelo PSD, Álvaro Almeida lamentou que a vereação tenha sido confrontada com algo já decidido, apontando críticas à forma como o processo foi gerido.

"Acho que o processo desta ponte está a correr muito mal", disse, indicando que a localização da ponte foi "claramente mal escolhida" e por isso teve de ser revista, o que teve implicações, por exemplo, nos custos, "três vezes mais" do que o valor de 12 milhões de euros, anunciado aquando da apresentação do projeto em 2018.

Para o social-democrata, em face da impossibilidade de construir à cota inicial, o projeto devia ter sido repensado, por exemplo, em vez de duas pontes, podia ter-se optado por colocar mais um tabuleiro na nova ponte do metro.

Pela CDU, Ilda Figueiredo considerou que houve "falta de transparência" e de debate público e democrático sobre um tema fundamental para a cidade, criticando a opção tomada pela maioria municipal.

Também a vereadora socialista Fernanda Rodrigues lamentou ter sido confrontada com uma solução final, sem que tenha havido um debate informado sobre questões como a localização ou o custo, salientando que o facto de estar inscrito no Plano Diretor Municipal (PDM) acentua a necessidade de discutir o projeto.

Em resposta às críticas da oposição, o independente Rui Moreira salientou que o projeto foi debatido várias vezes, nomeadamente aquando da votação do contrato com a GO Porto e, mais recentemente, no âmbito da discussão pública do PDM, onde também não houve qualquer reclamação.

"Nós precisamos ou não precisamos de uma ponte à cota baixa para ligar Gaia ao Porto. Nós queremos ou não queremos que a zona oriental tenha precedência nas decisões que nós coerentemente temos vindo a tomar. Eu sei o que quero, os senhores quererão de forma diferente. Nós queremos ou não queremos de uma vez resolver o problema que temos da hiperconcentração de trânsito no centro histórico? [...] mas se não querem, é simples", disse, indicando que levará o tema a reunião do executivo, em conjunto com a votação do novo PDM.

Leia Também: Nova ponte Porto-Gaia pronta em 2025 custa 36,9 milhões

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