"Nós decidimos fazer esta greve no dia 28 de janeiro, quando ainda não sabíamos que ia existir um despedimento coletivo. Esta veio no seguimento de um conjunto de plenários para definir a proposta reivindicativa, tendo em conta que 2020, apesar da pandemia, foi muito positivo, mas tivemos falta de resposta aos processos negociais", afirmou, em declarações à Lusa, Pedro Ferreira do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE- CSRA).

Os trabalhadores da empresa que produz energia renovável e processa produtos agrícolas reivindicam aumentos generalizados, melhorias na área da segurança e saúde, nomeadamente, o alargamento do seguro de saúde aos seus familiares diretos e o cumprimento do plano de formação.

Conforme notou o delegado sindical, a Iberol não deu resposta ao caderno reivindicativo, alegando ter falta de meios, sobretudo devido à pandemia de covid-19, situação que se comprometeu a demonstrar aos trabalhadores.

"Foi um compromisso do departamento de recursos humanos revelar as contas, além do relatório base, obrigatório por lei" explicou o também trabalhador da empresa, lamentando que a mesma ainda não tenha feito chegar ao sindicato estes documentos.

No entanto, Pedro Ferreira lembrou que, habitualmente, a fábrica encerra dois meses por ano para manutenção, o que não aconteceu em 2020 devido ao volume de trabalho.

Posto isto, os trabalhadores decidiram avançar com um pré-aviso de greve, que foi travado para que a empresa tivesse tempo de se manifestar.

Contudo, em 18 de fevereiro os trabalhadores foram confrontados com a intenção da Iberol proceder a um despedimento coletivo de 11 funcionários ligados à área do biodisel, que segundo o sindicato, vai ser cessada, o que potenciou a realização da greve.

"A área do biodisel vai ser cessada por intenção da administração. O óleo já preparado vai ser enviado para outra empresa congénere, que é dona de parte das ações da Iberol", precisou.

Além da greve, está a ser preparada uma "pequena concentração" à porta da empresa, que tem sede em Alhandra, no município de Vila Franca de Xira.

Pedro Ferreira adiantou ainda à Lusa, que os trabalhadores ponderam avançar com novas formas de luta caso a empresa não dê resposta às reivindicações.

No total, a Iberol tem 88 trabalhadores no ativo, a que se somam os que pertencem a empresas subcontratadas, perfazendo assim um total de cerca de 100 funcionários, segundo números do sindicato.

A Lusa tentou contactar a Iberol, mas, até ao momento, não obteve resposta.