"Vamos ser capazes de ir aos mercados globais de capital e vamos ser capazes de ir a instituições financeiras de desenvolvimento para mobilizar mais recursos, mas para já temos um fundo de mil milhões de dólares", cerca de 820 milhões de euros, disse o secretário-geral da associação que gere a Zona de Livre Comércio Continental Africana (ZLCCA), Wamkele Mene, em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg.
As autoridades "estão a fazer progressos muito, muito bons" neste veículo financiero, e os países vão poder fazer levantamentos mais para o final do ano, acrescentou o responsável durante a entrevista concedida a partir de Acra, a capital do Gana, onde está sedeado secretariado do acordo.
O acordo de livre comércio em África entrou em vigor a 1 de janeiro, com o objetivo de facilitar o comércio transfronteiriço através da redução ou eliminação de barreiras alfandegárias e tornar mais simples a circulação de pessoas e capital e a promoção do investimento e da industrialização do continente.
Vários países mostraram-se preocupados com as perdas de receita que poderiam surgir com a diminuição das tarifas alfandegárias, mas um estudo do Banco Mundial mostrou que a receita a curto prazo da redução das taxas só cairia menos de 1,5% para 49 dos 54 países africanos, com o total das receitas a cair menos de 0,3% em 50 países que entraram no acordo.
O acordo de livre comércio em África cria um mercado único de 1,3 mil milhões de pessoas com um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4 biliões de dólares, o equivalente a cerca de 2,7 biliões de euros, e abrange a grande maioria dos países africanos.