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Critérios de concessão de crédito voltam a apertar no final de 2020

Os critérios de concessão de crédito a empresas e particulares voltaram a tornar-se "mais restritivos" no quarto trimestre de 2020, face ao trimestre anterior, refletindo uma "maior perceção de riscos" associados à situação económica, informou hoje o BdP.

Critérios de concessão de crédito voltam a apertar no final de 2020
Notícias ao Minuto

14:10 - 19/01/21 por Lusa

Economia BdP

De acordo com a edição de janeiro do "Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito" do Banco de Portugal (BdP), os critérios de concessão de crédito a empresas tornaram-se "mais restritivos sobretudo em empréstimos de longo prazo" e os critérios de concessão de crédito a particulares ficaram "ligeiramente mais restritivos no crédito ao consumo e praticamente inalterados no crédito à habitação".

Em causa está, no setor empresarial, a "maior perceção de riscos associados à situação e perspetivas de setores ou empresas específicos e, em menor grau, de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e às garantias exigidas", a par de uma "ligeira menor tolerância de riscos".

Já no caso dos particulares, na base das maiores restrições está uma "ligeira maior perceção de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais nos empréstimos ao consumo".

No crédito a empresas, no quarto trimestre verificaram-se "termos e condições gerais ligeiramente mais restritivos nos empréstimos a grandes empresas; ligeira redução dos 'spreads' aplicados nos empréstimos de risco médio a PME [pequenas e médias empresas]; e condições mais restritivas no que respeita a garantias exigidas e, em menor grau, a comissões e outros encargos e ao montante dos empréstimos".

Já no crédito a particulares, os termos e condições mantiveram-se "praticamente inalterados", tendo a proporção de pedidos de empréstimo rejeitados permanecido também estável, quer no crédito a empresas, quer a particulares.

De outubro a dezembro, o BdP reporta que a procura de empréstimos por parte das empresas registou uma "ligeira redução, sobretudo nas grandes empresas", devido a uma "redução das necessidades de financiamento de investimento e de financiamento de fusões/aquisições e restruturação empresarial".

No caso dos particulares, a procura ficou "praticamente inalterada, tanto no crédito à habitação como no crédito ao consumo, com a "evolução da confiança dos consumidores" a contribuir "ligeiramente" para diminuir a procura de crédito ao consumo.

Para o primeiro trimestre de 2021, os bancos anteveem "critérios de concessão de crédito mais restritivos para empresas (especialmente para PME e em empréstimos de longo prazo) e praticamente inalterados para particulares" e uma "procura de crédito por parte das empresas e dos particulares praticamente inalterada".

No relatório hoje divulgado, o regulador dá ainda conta do resultado do inquérito feito aos bancos sobre outras questões não permanentes, nomeadamente o financiamento a retalho e por grosso, o impacto dos novos requisitos regulamentares ou prudenciais relativos a fundos próprios, alavancagem, liquidez ou constituição de provisões, o impacto dos rácios de créditos não produtivos dos bancos e o crédito com garantia pública associada à pandemia covid-19.

As respostas obtidas indicaram que, no quarto trimestre, se verificou uma melhoria no financiamento a retalho, especialmente através de depósitos de curto prazo, e, em sentido contrário, uma "ligeira deterioração" na capacidade de transferência do risco de crédito para fora do balanço.

Quanto ao impacto dos novos requisitos regulamentares ou prudenciais relativos a fundos próprios, alavancagem, liquidez ou constituição de provisões, os bancos reportam, nos últimos 12 meses, um "ligeiro aumento do total dos ativos, bem como dos fundos próprios, por via de lucros não distribuídos", e uma "ligeira melhoria nas condições de financiamento dos bancos".

Já sobre o impacto dos rácios de créditos não produtivos dos bancos, os inquiridos deram conta que levaram a "critérios de concessão de crédito ligeiramente mais restritivos no crédito a empresas e no crédito a particulares para aquisição de habitação", tendência que se deverá acentuar no primeiro semestre de 2021.

Relativamente ao crédito com garantia pública associada à pandemia, no primeiro semestre de 2020 foram reportados "critérios e termos e condições menos restritivos do que em empréstimos sem qualquer garantia pública no segundo semestre de 2019", tendência que se acentuou no segundo semestre e deverá continuar a acentuar-se até junho.

A procura do crédito com garantia pública registou um "aumento muito forte no primeiro semestre de 2020 (em comparação com a procura de empréstimos sem qualquer garantia pública)", um "aumento forte no segundo semestre de 2020" e deverá sofrer um "ligeiro aumento" nos primeiros seis meses de 2021.

Na base desta procura estão a cobertura de necessidades de liquidez, a reserva de liquidez por precaução e a substituição de empréstimos existentes.

O questionário que esteve na base do relatório hoje divulgado pelo BdP foi enviado aos bancos no dia 03 de dezembro de 2020 e o envio das respostas ocorreu até ao dia 23 de dezembro do mesmo ano.

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