Em 12 de outubro, o BCE lançou uma consulta pública sobre a questão de um euro digital e, paralelamente, iniciou uma fase de experimentação, sem prejuízo da decisão final.
A entidade anunciou hoje que publicará uma análise abrangente da consulta na primavera, a qual será utilizada pelo Conselho de Governadores do BCE para decidir se deve ou não lançar o projeto do euro digital.
Até agora, as respostas obtidas na consulta mostram que a privacidade dos pagamentos é a característica mais solicitada num possível euro digital (41% das respostas), seguida da segurança (17%) e do alcance pan-europeu (10%).
"O elevado número de respostas à nossa consulta mostra o forte interesse dos cidadãos e empresas europeias em moldar a visão de um euro digital", disse Fabio Panetta, membro da comissão executiva do BCE, que preside ao grupo de trabalho do euro digital.
Este grupo inclui peritos do BCE e dos 19 bancos centrais nacionais dos países da zona euro.
Estes peritos acreditam que seria necessário emitir um euro digital se a procura de pagamentos eletrónicos na zona euro aumentasse de tal forma que fosse necessário um método de pagamento digital europeu sem riscos, bem como se a utilização de numerário como forma de pagamento cair drasticamente ou se for lançada uma forma de pagamento privado global que possa criar preocupações e riscos regulamentares para a estabilidade financeira e a proteção do consumidor.
Um euro digital também poderia ser necessário se outros bancos centrais emitissem a sua moeda digital.
Um euro digital seria uma forma eletrónica de dinheiro do banco central que todos os cidadãos e empresas poderiam utilizar, como as notas, mas em formato digital, para fazer os seus pagamentos diários de forma rápida, fácil e segura.
O BCE reitera que o euro digital "seria um complemento do numerário, não um substituto" e que o Eurossistema continuará a emitir numerário em qualquer caso.
"Um euro digital combinaria a eficiência de um instrumento de pagamento digital com a segurança do dinheiro do banco central" e a proteção da privacidade seria uma das suas "principais características para ajudar a manter a confiança nos pagamentos na era digital", de acordo com o BCE.