"Estamos muito satisfeitos com o que está a fazer o BPI. Penso que tem umas perspetivas muito boas", disse o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, na videoconferência de imprensa em que apresentou os resultados do grupo de janeiro a setembro.
Este responsável bancário voltou a negar que o BPI possa entrar nalguma operação de concentração com outras entidades em Portugal.
"Não prevemos em absoluto uma alteração [da situação atual]. Não estamos a analisar nem prevemos qualquer operação corporativa em Portugal", assegurou Gonzalo Gortázar.
O presidente executivo do CaixaBank acrescentou que a instituição, pelo menos "nos próximos dois anos", vai estar "concentrada" na operação de fusão com o Bankia.
Estes dois bancos espanhóis anunciaram em meados de setembro que se irão fundir, criando o maior banco doméstico espanhol com um ativo total de mais de 650 mil milhões de euros.
De acordo com os resultados até setembro de 2020 do CaixaBank, a filial portuguesa, o BPI contribuiu com 101 milhões de euros para o grupo, uma queda de 41,5% em relação a um ano antes.
O banco português vai apresentar em Lisboa na próxima terça-feira, 3 de novembro, os resultados dos primeiros nove meses, mas na apresentação feita hoje em Espanha o CaixaBank já avançou com alguns dados.
O BPI reduziu a sua carteira de créditos de qualidade duvidosa (malparado) de 767 milhões de euros no final de 2019 para 720 milhões no último dia de setembro passado, uma redução de 6,1%, tendo o rácio deste tipo de ativos baixado de 3,0% para 2,7% em relação ao crédito total concedido.
Por outro lado, segundo o CaixaBank, a variação anual, até 30 de setembro, da carteira de crédito bruto do BPI teve um crescimento de 3,6% (que correspondia a uma quota de mercado de 10,5%, em agosto), o crédito às empresas aumentou 5,1% (10,3% de quota de mercado) e os depósitos dos clientes cresceram 6,1% (10,5% de quota de mercado).
O banco português também aprovou nos primeiros nove meses do ano 108.612 pedidos de moratórias, havendo 498 milhões de euros em empréstimos que têm o aval do Governo.