Guiné-Bissau e Senegal vão pedir empréstimo conjunto para financiar vias
A Guiné-Bissau e o Senegal vão pedir um empréstimo conjunto para financiar a melhoria de vias rodoviárias entre os dois países, anunciou hoje o ministro da Economia guineense, Vítor Mandinga.
© Lusa
Economia Rodovia
"O Banco Africano de Desenvolvimento, com a intervenção do meu colega [do Senegal], deu-nos uma boa oportunidade de ver este projeto multinacional entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Amanhã [sexta-feira] vamos assinar um pedido de crédito", afirmou o ministro.
Vítor Mandinga falava aos jornalistas juntamente com o seu homólogo nigeriano, Amadou Hott, que iniciou hoje uma visita de dois dias à Guiné-Bissau, depois de um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.
"Cerca de 87% das nossas estradas estão intransitáveis. Só esta constatação dá a obrigação ao Governo e convida os irmãos senegaleses e outros irmãos de África e parceiros internacionais para apoiarem os esforços da Guiné-Bissau no sentido de garantir a melhoria das infraestruturas rodoviárias de base, mas também outras infraestruturas, quer industriais, quer do plano do ordenamento agroindustrial, hidroagrícola, quer a ainda a nível energético", salientou o ministro.
No âmbito da visita, os dois ministros trocaram experiências em relação ao desenvolvimento de vários setores, nomeadamente vias rodoviárias, agricultura, energia e administração pública.
Em relação à administração pública, Vítor Mandiga salientou a importância da reforma do setor.
"Como sempre temos dito temos 16 funcionários para cada 1.000 habitantes. O Senegal com 16 milhões de habitantes tem apenas sete funcionários por cada 1.000 habitantes. Há países que têm cinco funcionários para cada mil habitantes. Vejam a desproporção", disse.
A Guiné-Bissau tem uma população de cerca de dois milhões de habitantes.
"Nós gastamos 76% das nossas receitas fiscais para pagar salários. Onde é que vamos sair com dinheiro para investimento público?", questionou o ministro, salientando que é preciso indemnizar pessoas e contribuir para a sua reinserção social e produtiva.
Já o ministro do Senegal destacou a importância de os dois países terem "administrações eficazes, que trabalhem com celeridade e que tenha igualmente os efetivos requeridos".
"Falámos sobre como podemos apoiar e melhorar o nível", acrescentou.
O ministro senegalês disse também que deu a conhecer ao seu homólogo diferentes modelos utilizados pelo seu país no desenvolvimento agrícolas, financiamento a jovens e mulheres para começarem o seu próprio negócio, e de produção e fornecimento de energia elétrica por privados.
Amadou Hott informou que os dois países vão realizar uma comissão mista ainda este ano, em Bissau.
A última comissão mista entre os dois países decorreu em 2011.
"Vamos também encorajar o setor privado senegalês a investir na Guiné-Bissau", disse.
O ministro da Economia do Senegal termina sexta-feira a visita de trabalho a Bissau com encontros com o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e a assinatura de um acordo de cooperação com o seu homólogo guineense.
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