Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 21º

Bankinter afasta qualquer interesse no Novo Banco. E o Eurobic?

A administadora delegada do Bankinter, María Dolores Dancausa, afastou hoje qualquer interesse do banco espanhol em comprar o Novo Banco e o diretor financeiro, Jacobo Díaz, disse que relativamente ao Eurobic ainda não há "nenhuma decisão".

Bankinter afasta qualquer interesse no Novo Banco. E o Eurobic?
Notícias ao Minuto

11:58 - 22/10/20 por Lusa

Economia Bankinter

"Relativamente a comprar o Novo Banco, confirmo que não há nenhum interesse por parte do Bankinter", disse María Dolores Dancausa quando questionada pelos jornalistas, durante a apresentação das contas do terceiro trimestre, sobre um eventual interesse no banco controlado pelo fundo Lone Star e cuja venda poderá vir a estar em cima da mesa em 2021.

Segundo a administradora delegada do Bankinter, o banco "tem capacidade para continuar a crescer organicamente de maneira rentável".

Já relativamente ao EuroBic, o banco detido maioritariamente pela empresária angolana Isabel dos Santos e que está em processo de venda, o diretor financeiro do Bankinter disse apenas que, "neste momento, não se tomou nenhuma decisão".

De acordo com Jacobo Díaz, as moratórias concedidas pelo Bankinter no mercado português ascendem atualmente a 1.000 milhões de euros, correspondendo a cerca de 15% da carteira de crédito do banco em Portugal, sendo que 600 milhões de euros respeitam à carteira hipotecária (14% do total) e os restantes 400 milhões de euros à carteira de empresas (18% do total).

Segundo os dados do terceiro trimestre divulgados hoje pelo Bankinter, a operação do banco em Portugal -- país onde está presente desde 2016, quando comprou a rede do Barclays -- evoluiu "a bom ritmo", tendo registado um resultado antes de impostos de 33 milhões de euros até setembro, menos 36% do que no período homólogo do ano anterior.

"No que diz respeito ao Bankinter Portugal, o negócio recorrente manteve-se a bom ritmo, resultando num crescimento em todas as rubricas da conta de resultados: mais 10% na margem de juros, mais 11% na margem bruta e uma margem antes de provisões que cresce 60%, suportada também na contenção de custos, que diminuem 8%", refere.

"Não obstante -- acrescenta - no período em análise, o Bankinter Portugal realizou provisões no valor de oito milhões de euros de forma a prevenir o impacto da deterioração macroeconómica o que, juntamente com o facto de a instituição ter deixado de libertar provisões, como ocorria em exercícios anteriores, se traduz num resultado antes de impostos que diminui 36%, alcançando os 33 milhões de euros".

Bankinter anunciou hoje ter registado um lucro de 220,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2020, uma queda homóloga de 50,5%, explicada pelas "grandes provisões" feitas de 243,5 milhões para contrariar o impacto da pandemia de covid-19.

No relatório de atividade de janeiro a setembro de 2020 enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o banco destaca que realizou estas reservas extraordinárias para prevenir o agravamento do cenário macroeconómico, cujo principal fator foi a crise criada pela pandemia.

"São resultados, sem dúvida, significativamente menores do que aquilo a que estamos habituados, mas os tempos são outros, houve uma profunda mudança provocada pela pandemia e mantém-se uma grande incerteza sobre o futuro e sobre quando e como se vai iniciar a recuperação", afirmou a administadora delegada do Bankinter na conferência de imprensa de apresentação dos resultados.

De acordo com o diretor financeiro do banco, o "esforço adicional" feito na constituição de provisões (no terceiro trimestre foi feito um reforço de 51 milhões de euros) não faz antever, de momento, a necessidade de reforços adicionais: "Ao dia de hoje não prevemos fazer mais provisões, mas precisamos de esperar até final de dezembro para saber se se mantém a recuperação esperada da economia espanhola", afirmou Jacobo Díaz.

Relativamente à recomendação do Banco Central Europeu (BCE) para que a banca europeia suspendesse, pelo menos até ao final do ano, o pagamento de dividendos por causa da pandemiaMaría Dolores Dancausa defendeu que deveria ser revertida.

"Creio que seria uma magnífica decisão por parte do Banco Central Europeu reverter esta medida, que não digo que não tenha sido necessária durante alguns meses, mas que sempre se disse que era temporária e creio que agora deve acabar", afirmou a administadora delegada do Bankinter.

Segundo referiu, o Bankinter é um banco "com resultados muito previsíveis e recorrentes, que não têm sobressaltos, o que faz com que o valor dos dividendos distribuídos tenha sido sempre muito previsível".

"Por isso ganhámos a confiança dos investidores, que procuravam uma certa rentabilidade dos seus investimentos, e, quando tivemos que deixar de distribuir dividendos, esses investidores tiveram de procurar outros setores e empresas que lhes pudessem dar maior rentabilidade", disse.

María Dolores Dancausa afirmou ainda que "na Europa não se podem tratar todos os bancos por igual": "Há bancos que têm mais dificuldades e outros que não têm nenhumas, por isso há que distinguir quem tem e quem não tem capacidade para distribuir dividendos e o Bankinter claramente tem", sustentou.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório