FMI mais pessimista que Governo agrava défice para os 8,4% em 2020
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou hoje as suas previsões para o défice das contas públicas portuguesas, estimando que atinja os 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, acima dos 7,3% previstos pelo Governo.
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Economia FMI
Os números avançados pelo FMI foram divulgados hoje no Monitor Orçamental da instituição sediada em Washington, e constituem uma previsão pior do que a realizada em abril, onde o fundo apontava para um défice de 7,1% do PIB.
O valor deficitário do saldo orçamental para 2020 dado a conhecer hoje pela instituição liderada por Kristalina Georgieva é ainda mais pessimista do que o estimado pelo Governo para este ano, uma vez que o executivo nacional estima um défice de 7,3% do PIB.
Porém, para 2021, o cenário do FMI é mais otimista do que o do Governo, já que a instituição prevê uma melhoria do saldo orçamental para -2,7% do PIB, ao passo que a previsão do Governo é mais gravosa em 1,6 pontos percentuais, de -4,3% do PIB.
Assim, o FMI piora também as previsões que fez em abril, onde previa um défice no saldo orçamental de 2,1% do PIB no próximo ano.
Além da diferença das previsões face às do Governo, os números hoje conhecidos contrastam também com as previsões do Conselho das Finanças Públicas (CFP) - 7,2% em 2020 e 3,2% em 2021 - e com as da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que são de 7,9% para 2020 e 4,7% em 2021.
Nos anos subsequentes, o fundo internacional prevê uma descida no défice até 2023 (1,6% em 2022 e 0,7% no ano seguinte), antecipando uma subida para os 2,3% em 2024 e nova descida para os 1,8% em 2025.
Em 2022 o CFP estima que o défice orçamental esteja nos 3,0% do PIB, descendo e mantendo-se nos 2,7% em 2023 e 2024, respetivamente.
Em termos de saldo primário (sem juros), o FMI aponta para um défice de 5,3% este ano, estimando um saldo nulo em 2021 e um excedente de 0,8% e 1,6% do PIB em 2022 e 2023, respetivamente.
Para 2024, o FMI estima a existência de um défice de 0,1% do PIB, recuperando depois o saldo primário para um valor positivo de 0,2% do PIB em 2025.
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