"Nos dois primeiros anos, financiámos 20 milhões de euros em crédito ao consumo e esperamos dobrar esta cifra nos próximos 12 meses", disse à agência Lusa o presidente executivo da operação em Portugal, Xavier Palas.
Segundo dados da empresa francesa, que funciona exclusivamente online, desde junho de 2018 foram concedidos 2.945 créditos. A maior parte do crédito foi para obras em casa, no valor total de 4,7 milhões de euros, e para 'liquidez', mais de 4,4 milhões de euros, seguidos de empréstimos para consolidação de créditos (3,5 milhões de euros) e para compra de carros usados (1,9 milhões de euros).
A empresa tem 20 pessoas dedicadas ao mercado português, que trabalham desde Barcelona (Espanha), e não divulga os resultados da operação em Portugal. Contudo, segundo Xavier Palas, deverá atingir em breve ao ponto de compensar o investimento ('break even').
Quanto ao impacto da pandemia de covid-19, o responsável disse que a crise não afetou o negócio e que se tem mesmo assistido a um "aumento da procura de crédito online".
Já Pablo Ripol, diretor de marketing, afirmou que houve uma mudança nos fins dos empréstimos, havendo menos pedidos de crédito para comprar bens e mais pedidos de empréstimos para clientes terem liquidez (ou seja, crédito sem finalidade específica) e para consolidação de créditos (agregação de vários empréstimos num único empréstimo).
A empresa divulgou ainda que, no primeiro trimestre de 2020, em Portugal, subiram 17% os créditos para remodelação da casa face a período homólogo para 549 mil euros, o que para a empresa "demonstra alteração de comportamento dos portugueses".
Já os créditos para casamentos desceram 300%, passando de 25 mil euros no primeiro trimestre de 2019 para seis mil euros no mesmo período de 2020.
Em Portugal, a taxa de juro cobrada aos clientes pelo crédito é atualmente de 8% a 12%, dependendo perfil de cada cliente, referindo Xavier Palas que o objetivo é competir com os bancos comerciais pelos melhores clientes.