UGT: "Não deixaremos de discutir o salário mínimo nacional"
Carlos Silva considera "muito difícil" existir um acordo de concertação em algumas matérias, podendo existir consenso noutras. Sobre as medidas implementadas pelo Governo durante os últimos meses, a UGT considerou-as "globalmente positivas".
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Economia Concertação Social.
Carlos Silva, secretário-geral da UGT, afirmou esta quarta-feira, à saída da reunião com o Governo, que do encontro "sai um conjunto de linhas estratégicas e orientadoras" apresentadas hoje aos parceiros sociais, também ouvindo da parte destes "o que é a nossa retórica em princípio de época de trabalho".
"E a UGT, mais uma vez, fez sentir que há matérias que não podem passar ao lado deste início de discussão", afirmou Carlo Silva, revelando que, depois da sua intervenção na reunião, houve uma resposta de um dos parceiros empregadores que considerou que o "momento é difícil e que não temos de falar em salários".
"Está equivocado", apontou o secretário-geral da UGT, sem dizer quem tinha proferido tal afirmação.
"Não deixaremos de discutir o salário mínimo nacional e valorização dos salários como factor, por um lado, de dignidade de quem trabalha, por outro lado, fazendo sentir ao Governo que depois da crise tremenda da Troika, continua a ser sobre o factor trabalho e sobre os trabalhadores que pode recair uma nova crise", defendeu, lembrando que o primeiro-ministro afirmou esta semana que quer proteger os rendimentos dos trabalhadores. "Não basta proteger, é preciso dar uma nova dinâmica ao consumo interno para que as empresas possam produzir e as pessoas possam comprar", argumentou.
Carlos Silva referiu ainda que o valor do aumento do salário mínimo não foi discutido hoje, nem vai ser nos próximos dias, remetendo o anúncio das propostas da UGT para o próximo dia 23.
O secretário-geral da UGT indicou que os parceiros sociais estiveram durante as duas primeiras horas da reunião a discutir e a analisar as medidas tomadas pelo Governo. "Quero dizer com todas as letras, que a UGT considera de uma forma gobalmente positiva as medidas que o Governo implementou", enalteceu o responsável, sublinhando, no entanto, que umas medidas foram "um pouco atabalhoadas", outras a "destempo".
Carlos Silva frisou que os patrões fizeram questão de defender um prolongamento do lay-off. Todavia, "se o Governo quiser avançar, outra vez, para um período de lay-off simplificado, há uma coisa que tem de assumir: os trabalhadores não podem continuar a ser penalizados num terço dos seus vencimentos", posicionou-se.
Para o responsável, será "muito difícil" haver acordos de concertação em algumas matérias. Noutras poderá haver convergência. "A ministra hoje propôs que se finalize o grupo de trabalho da conciliação da vida profissional e familiar, essa questão pode ser uma baliza importante sobre a questão que vem aí do teletralho... Isto não pode ser trabalhar 24 horas por dia", afirmou.
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