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Maya diz que BCP não tem intenção de crescer por aquisições

O presidente executivo do BCP, Miguel Maya, disse hoje que o banco que gere não tem a intenção de crescer por aquisições, mas admitiu que é dever da equipa que lidera analisar para qualquer operação que surja no mercado.

Maya diz que BCP não tem intenção de crescer por aquisições
Notícias ao Minuto

20:26 - 28/07/20 por Lusa

Economia BCP

"Não está nos nossos planos crescer por aquisições em Portugal. Mas também já disse que em qualquer operação que vá ao mercado é dever de qualquer equipa diligente olhar para ela. Agora, se isso está nos nossos planos, prioridade ou interesse, a resposta é claríssima, não", afirmou Maya na apresentação dos resultados do BCP no primeiro semestre, em Oeiras, quando questionado sobre o interesse numa fusão com o Novo Banco.

Já sobre as últimas notícias referentes ao Novo Banco, Maya disse que não se ouvirá "uma palavra do BCP sobre essa matéria", referindo apenas a ideia que vem repetindo de que é inaceitável o valor que o banco suporta anualmente para financiar o Fundo de Resolução.

"As contribuições para o Fundo de Resolução são inaceitáveis, insustentáveis e injustas para BCP e trabalhadores do BCP, e condiciona a nossa capacidade", afirmou.

Maya disse que deve ser mais alargado o conjunto dos operadores financeiros que contribuem para o Fundo de Resolução, defendendo que a contribuição para esse fundo venha de todas as "transações efetuadas sobre cidadãos portugueses em Portugal, independentemente na sede do banco".

Sobre se o BCP já financiou entidades que adquiriram carteiras de imóveis seus, Miguel Maya disse que tal não aconteceu. Contudo, admitiu que venha a acontecer num processo que proteja o banco.

"Não estou a dizer que numa circunstância específica, bem protegido, com comprador bem identificado e com 'cash-flow', níveis adequados de capitais próprios e com conhecimento concreto dos imóveis, não olhássemos para uma situação dessas. Mas não a temos, não a fizemos", afirmou.

O Público noticiou hoje que a venda de um conjunto de imóveis feita pelo Novo Banco em outubro de 2018 (no âmbito do designado projeto 'Viriato') foi feita a entidades de um fundo registado nas ilhas Caimão em que se desconhecem os donos, com preço significativamente abaixo do registado (os imóveis estavam registados no balanço do banco por 631 milhões de euros e foram vendidos por 364 milhões), tendo o Fundo de Resolução coberto perdas de centenas de milhões de euros. Além disso, o negócio foi feito com dinheiro que o Novo Banco emprestou ao fundo para este fazer esta aquisição.

Esta notícia provocou críticas à gestão do Novo Banco por vários quadrantes políticos e o presidente do PSD, Rui Rio, admitiu como "provável" a necessidade de uma comissão de inquérito parlamentar.

Já a Procuradoria-Geral da República disse na segunda-feira à Lusa que o Ministério Público está a analisar a carta que o primeiro-ministro, o socialista António Costa, lhe enviou em que pede a suspensão da venda de ativos do Novo Banco até que esteja concluída a auditoria que está a ser feita pela Deloitte.

Ainda na conferência de imprensa de hoje do BCP, Maya falou sobre a taxa de solidariedade imposta aos bancos na atual crise, afirmando não perceber como é a banca o único setor a pagar como se beneficiasse da atual conjuntura negativa.

"Somos o setor mais afetado, o nosso 'portfolio' é o da economia, o que os clientes sofrem nós sofremos e isso está bem patente no desinteresse dos investidores no setor financeiro", declarou, considerando que é correta a ideia de uma taxa de solidariedade, mas devia ser transversal a todas as empresas que a crise não prejudicou.

BCP divulgou hoje que teve lucros de 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, uma diminuição de 55% face aos lucros de 169,8 milhões de euros no mesmo período de 2019.

Nos primeiros seis meses do ano, o banco constituiu 351,4 milhões de euros de imparidades (sobretudo para crédito), mais 108,8 milhões de euros do que as constituídas no mesmo período de 2019.

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