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Lucros da banca devem estar sob pressão a médio e longo prazos - FMI

Os lucros da banca deverão permanecer sob pressão a médio e longo prazos, de acordo com um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) hoje divulgado, que analisou o setor bancário de nove países.

Lucros da banca devem estar sob pressão a médio e longo prazos - FMI
Notícias ao Minuto

13:00 - 22/05/20 por Lusa

Economia FMI

"Pressões sobre os lucros dos bancos deverão persistir no médio e longo prazos, mesmo quando a economia mundial começar a recuperar do choque atual" da pandemia de covid-19, pode ler-se no capítulo 4 do Relatório Mundial de Estabilidade Financeira, hoje divulgado, que analisou o setor bancário de Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Suíça, Suécia e Japão.

O relatório classifica os países entre economias do Atlântico Norte (Canadá, Estados Unidos e Reino Unido), as grandes economias da zona euro (Alemanha, França e Itália), e as economias com baixas taxas de juro (Suíça, Suécia e Japão), mas antecipa dificuldades para todos os setores bancários nos próximos cinco anos, de acordo com a simulação feita pelo FMI, devido ao ambiente de baixas taxas de juro.

"Os bancos nas economias de baixas taxas de juro tendem a beneficiar menos da retoma económica futura do que outros devido ao provisionamento, às margens de lucro líquidas muito baixas face aos registos históricos, e não deverão subir muito", adianta o FMI.

Já nas três grandes economias da zona euro, "a simulação projeta uma redução nas provisões e um ligeiro aumento nos rendimentos que não juros no médio prazo, que permite a uma fração dos bancos (por ativos) aumentar os lucros relativamente aos níveis de 2018", mas no entanto os ganhos relativos aos ativos em 2025 deverão permanecer "abaixo dos níveis correntes para a maior parte dos bancos na região".

"Os bancos nas economias do Atlântico Norte também não estão imunes às pressões sobre os lucros, largamente devidas à compressão na margem de lucro", de acordo com o FMI.

Em termos de rendimentos de capitais próprios ('return on equity', ROE) dos bancos com importância sistémica mundial, deverão ser, em 2025, "um pouco melhor do que em 2020, mas ainda em deterioração relativamente a 2018", sendo previsto um padrão semelhante nos bancos menores, "especialmente nas grandes economias da zona euro e de baixas taxas de juro".

Para contrariar esta tendência, de acordo com o FMI, "os bancos podem, em princípio, apoiar os lucros através de cortes em custos de operação, por exemplo através de tecnologia mais eficiente", podendo ainda aumentar as comissões e os ganhos em títulos.

"No entanto, as melhorias que seriam necessárias para os bancos em grandes países da zona euro e em economias de baixas taxas de juro são particularmente desafiantes. Nos primeiros, virtualmente todos os bancos teriam de melhorar tanto os ganhos em custos e extra-juros, em alguns casos de forma significativa", de acordo com a simulação da instituição sediada em Washington.

O FMI antecipa até que em alguns bancos dos grandes países da zona euro "cortar os custos para zero não seria suficiente, na ausência de um aumento de rendimentos extra juros".

A instituição liderada por Kristalina Georgieva alerta para que devido às pressões sobre os lucros, depois da crise associada à pandemia atual, os bancos podem ser induzidos "a aumentar os riscos de crédito, maturidades, liquidez ou de 'trading' de forma suficientemente agressiva para 'plantar sementes' de futuros problemas".

O FMI aponta que "há alguma evidência de que, antes da pandemia de covid-19, os bancos já tomavam maior risco em resposta a um período muito prolongado de taxas de juro muito baixas", direcionando exposições para créditos menos líquidos e aumentando maturidades de empréstimos.

A pandemia "vai testar a resiliência dos bancos", segundo o FMI, que considera "crucial que os decisores políticos rapidamente empreguem uma combinação de políticas que mantenham o equilíbrio entre a preservação da estabilidade financeira, mantendo a solidez das instituições financeiras, e o apoio à atividade económica".

"A política monetária, que apoiou o crescimento económico desde o começo da crise financeira mundial e tem sido a primeira linha de defesa durante a pandemia de covid-19, deve permanecer dependente dos dados e definida para ir ao encontro dos objetivos macroeconómicos dos bancos centrais", segundo o FMI.

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