Segundo um comunicado da instituição bancária, a diminuição do resultado líquido face aos 6,8 mil milhões de kwanzas (11,4 milhões de euros) registados no período homólogo reflete também a incorporação dos ajustes recomendados pelo programa de Avaliação da Qualidade dos Ativos, promovido pelo Banco Nacional de Angola, em 2018, realizado nos 13 maiores bancos do mercado.
O contexto de incerteza, provocado pela pandemia de covid-19, levou o grupo chinês KWG a desistir da compra de uma participação de 80,1% no BNI Europa, informou, em abril, o banco liderado por Pedro Pinto Coelho.
"O Banco BNI Europa informa que, apesar de terem sido cumpridas todas as condições para a concretização da operação de alienação de uma participação de 80,1% do respetivo capital social, o prospetivo adquirente comunicou ao vendedor a sua intenção de não honrar o contrato de aquisição de participação qualificada celebrado em dezembro de 2017", referiu na altura.
Os chineses iam comprar a maioria do capital que está atualmente nas mãos do banco angolano BNI, liderado por Mário Palhares, ex-vice-governador do supervisor Banco Nacional de Angola.
O BNI terminou o exercício de 2019 com um ativo líquido de 377,8 mil milhões de kwanzas (631,4 milhões de euros), que se refletiu num crescimento de 25%.
Em comunicado, a instituição bancária referiu que a carteira de títulos atingiu um total de 123,2 mil milhões de kwanzas (205, 9 milhões de euros), o correspondente a um crescimento anual de 16% e a carteira de crédito, com um total de 124,4 mil milhões de kwanzas (207,9 milhões de euros), o equivalente a 22% do crescimento anual.
"Os recursos de clientes totalizaram 310,7 mil milhões de kwanzas (519,3 milhões de euros), refletindo um rácio de transformação de 40%", acrescentou a nota.
Dentro dos principais rácios de rentabilidade, a instituição bancária destacou também o rácio de eficiência ('cost to income'), de 43,3% e para o 'return on equity (ROE) de 6,6%.
"No que toca à solidez, os fundos próprios regulamentares totalizaram 37,6 mil milhões de kwanzas (62,8 milhões de euros) e o rácio de solvabilidade regulamentar (RSR) manteve-se em 16,1%", salientou o documento.
O incremento das linhas internacionais de crédito (IFC -- International Finance Corporation, Afreximbank, HSBC Banc, entre outras instituições), para um total de 164 milhões de dólares (151,3 milhões de euros), instrumentos de apoio à importação e produção nacional, bem como a aposta na transformação digital incluíram-se nas estratégias adotadas pelo BNI em 2019.
Constituído em 2006, com sede em Luanda, o BNI actua nos segmentos particulares, empresas e institucionais, prestando um serviço financeiro global, com operações em Angola e Portugal.