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Setor do mobiliário faz "reajustamentos" e admite quebra das exportações

A rutura dos 'stocks' de produtos oriundos da Ásia, como ferragens, tem obrigado as empresas portuguesas de mobiliário a fazer "reajustamentos", admitindo a associação setorial que um arrefecimento das economias francesa e italiana possa penalizar as exportações.

Setor do mobiliário faz "reajustamentos" e admite quebra das exportações
Notícias ao Minuto

12:30 - 09/03/20 por Lusa

Economia Covid-19

"Ao nível da cadeia de fornecimento existe rutura de 'stocks' de alguns produtos oriundos do mercado asiático, como as ferragens. São, contudo, produtos suscetíveis de substituição, pelo que as empresas têm conseguido colmatar esta situação", afirmou o diretor executivo da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) em declarações à agência Lusa.

Apesar de não ter "registo de qualquer unidade que tenha parado a produção" em Portugal por quebras na cadeia de fornecimento, Gualter Morgado diz estar "a acompanhar e a monitorizar situações que requerem um rápido reajustamento ao atual cenário", na sequência da epidemia do Covid-19.

Tendo em conta o perfil exportador do 'cluster' português de mobiliário, "com mais de 1,9 mil milhões de euros gerados em exportações em 2019", representativos de "mais de 4% das exportações nacionais", a APIMA admite que "o arrefecimento de economias como a francesa ou a italiana poderá levar, em última instância, à diminuição das encomendas das empresas portuguesas para estes mercados".

"As empresas portuguesas têm conseguido adaptar-se a estes fatores externos. No entanto, e devido à forte capacidade exportadora destas, será importante perceber como as restantes economias vão reagir", disse Gualter Morgado à Lusa.

Segundo o presidente da APIMA, "a instabilidade internacional provocada pelo coronavírus tem vindo a fazer-se sentir a diferentes níveis no setor", relacionando-se "um dos grandes impactos com o adiamento ou cancelamento das maiores feiras internacionais".

Exemplo disso é o 'Salone del Mobile', em Milão - considerado o maior evento mundial do setor do mobiliário, envolvendo cerca de 200 empresas portuguesas - que foi adiado do mês de abril para junho.

Esta situação levou também ao cancelamento da edição 2020 do 'Portugal Home Week', apresentando pela APIMA como "o evento estrela da fileira Casa portuguesa, que gerou mais de 10 milhões de euros de atividade económica no ano passado".

Previsto para 17 a 19 de junho, na Alfândega do Porto, o certame foi cancelado devido à sobreposição com a nova data do 'Salone del Mobile', que foi reagendado para a semana de 16 a 21 de junho.

"Este ano as expetativas apontavam para mais de 5.000 visitantes, quintuplicando o número de 2019, tendo já o espaço expositivo das empresas nacionais ('Home Show') completamente lotado", diz a associação, que "face ao cenário atual e, de maneira a salvaguardar o interesse nacional", optou "por concentrar os esforços no apoio às empresas e preparar, atempadamente, uma edição 2021 que reforce ainda mais a inovação, a sofisticação e a pujança da fileira Casa portuguesa".

Questionado pela Lusa sobre a eventual necessidade futura de medidas públicas específicas de apoio ao setor, o presidente da APIMA diz que "tem vindo a monitorizar atentamente toda a situação, em estreito diálogo com o Governo e com as demais entidades competentes", salientando que "o regime de exceção na execução dos projetos face a acontecimento anómalos já existe em Portugal", sendo abrangidos por este regime "os cancelamentos de grandes feiras internacionais".

"Para além disso, e tal como mencionou recentemente o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o executivo irá reforçar, por exemplo, a Linha Capitalizar para fazer face a situações de tesouraria das empresas, caso estas necessitem", acrescentou.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

Para tentar travar a epidemia, o Governo de Roma colocou cerca de 16 milhões de pessoas em quarentena no Norte do país, afetando cidades como Milão, Veneza ou Parma.

Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado no domingo.

Todos os infetados, 18 homens e 12 mulheres, estão hospitalizados.

A DGS comunicou também que 447 pessoas estão sob vigilância por contactos com infetados.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário no Norte, bem como duas escolas na Amadora e uma em Portimão.

Em Felgueiras e Lousada, foram encerrados ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas, além de todas as escolas.

Os residentes naqueles dois concelhos do distrito do Porto foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou no domingo um período de isolamento de duas semanas em casa, depois de ter estado com alunos de uma escola de Felgueiras onde foi detetado um caso de infeção.

Apesar de não ter sintomas da doença, Marcelo Rebelo de Sousa, 71 anos, vai fazer hoje um teste ao Covid-19.

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