Arábia Saudita abre 'guerra', Rússia responde e mercados afundam
As principais praças europeias estão a reagir em forte queda, esta segunda-feira, à desvalorização abrupta dos preços do petróleo nos mercados internacionais. A matéria-prima afundou 31%, naquela que é a maior queda desde o início da primeira Guerra do Golfo, em 1991.
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Economia Petróleo
A Arábia Saudita, o principal país exportador de petróleo do mundo, tomou uma medida drástica no domingo: decidiu 'inundar' o mercado com oferta da matéria-prima, numa altura em que os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia não conseguiam chegar a um acordo relativamente aos cortes de produção.
De acordo com a Bloomberg, esta queda abrupta dos preços do petróleo, que está a negociar perto dos 30 dólares por barril, é a desvalorização mais acentuada desde 1991.
Já em reação a esta notícia, a Rússia fez saber que a principal empresa petrolífera do país, a Rosneft, planeia aumentar a produção e está preparada para a 'guerra de preços', ainda segundo a Bloomberg.
A forte desvalorização da matéria-prima resultou numa abertura em baixa das principais praças europeias. A bolsa de Lisboa acompanhou esta tendência e abriu a perder quase 5%.
A principal cotada penalizada foi a Galp Energia, que abriu a descer 25%. Porém, na hora de atualização deste artigo, a petrolífera moderava as perdas e descia 14,3% para 9,84 euros por ação.
Acompanhe a abertura das bolsas europeias, AO MINUTO:
10h15 - O Stoxx 600, o índice que inclui as 600 principais cotadas europeias, afunda 6% para 344,54 pontos- O setor da energia é o que mais penaliza (-15%), seguindo-se o do turismo e do lazer, naquela que é a maior queda do índice desde 2016.
9h40 - Bolsas europeias perdem entre 5% e 10%. As principais bolsas europeias estavam em forte baixa hoje, dia em que o petróleo Brent está em queda livre, a cair mais de 30%, devido à guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia. Cerca das 9h10 em Lisboa, o EuroStoxx 600 descia 5,94% para 345,00 pontos.
9h22 - PSI20 cai mais de 5%. A bolsa de Lisboa segue hoje a cair mais de 5%, alinhada com o sentimento generalizado das restantes congéneres europeias e asiáticas, com a Galp a afundar 23%.
A Galp era a empresa que mais perdia, com as ações a afundarem 23,26% para 8,81 euros e o BCP recuava 12,43% para 0,12 euros.
9h00 - André Pires, da XTB, diz que a "Arábia Saudita reduziu o preço do petróleo e parece querer iniciar uma guerra de preços com a Rússia, depois das negociações da OPEP+ terem terminado sem consenso na sexta-feira. O petróleo WTI caiu quase 30%, e o colapso no mercado de petróleo foi o catalisador de grandes movimentos nas bolsas de valores, com os futuros do S&P 500 a ser negociados quase 5% mais baixos e os futuros do DAX a afundar 5,5%. Estarão os mercados a querer repetir a histórica Segunda-Feira Negra?".
8h52 - Queda das ações da petrolífera Aramco encerram operações em Riade. As ações da empresa petrolífera saudita Aramco caíram 10% na abertura da bolsa de valores de Riade, interrompendo as operações financeiras. O índice Tadawul só permite uma flutuação diária de 10% o que significa que as operações foram suspensas logo após a abertura do mercado.
8h40 - Galp Energia afunda 25%. Na principal praça lisboeta a cotada mais penalizada e a Galp Energia que está a ser fortemente penalizada pela desvalorização do petróleo. Depois de abrir a descer 25%, há momentos a petrolífera moderava as perdas, mas ainda assim descia 19%.
8h34 - Por cá, repercussões já se sentem: Bolsa de Lisboa abre a cair 4,51%. A Bolsa de Lisboa abriu a sessão de hoje em terreno negativo, com o principal índice, o PSI20, a cair 4,51%, para os 4.460,92 pontos, dando seguimento à queda que se verifica nas principais praças europeias.
8h30 - Porque é que a Arábia Saudita decidiu começar esta 'guerra'? A Arábia Saudita queria que a OPEP e a Rússia acordassem cortes de produção mais acentuados na produção de petróleo, de modo a que os preços se mantivessem em patamares elevados, numa altura em que a economia global lida com o surto do novo coronavírus.
Porém, devido à falta de acordo com a Rússia, a Arábia Saudita respondeu com um aumento de produção e aplicando fortes descontos aos seus clientes, o que está a fazer descer a cotação da matéria-prima nos mercados internacionais, conforme explica o Financial Times. Os analistas dizem que esta é uma forma de penalizar a Rússia, ao mesmo tempo que a Arábia Saudita tenta consolidar a sua posição no mercado como maior exportador de petróleo do mundo.
[Notícia atualizada às 12h58]
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