"Se conseguirmos garantir que há grupos de comunicação social em Portugal que desempenham um papel importante na sociedade, com boas repercussões sociais, que façam um bom trabalho jornalístico, independente, então eles tornam-se candidatos a receber investimentos de impacto", disse o especialista aos jornalistas à margem da Conferência "Financiamento dos Media" organizada pelo Sindicato dos Jornalistas.
Rodrigo Tavares é fundador e presidente do Granito Group, um grupo financeiro dedicado ao avanço da economia sustentável ou de impacto.
Para o responsável, o mercado dos media em Portugal não é diferente do mercado dos media em vários outros países.
"Todas as dificuldades financeiras que estamos a sentir são comuns a outros países, com os grupos de comunicação social a passarem por momentos de insustentabilidade financeira, a precariedade associada aos contratos de trabalho", disse.
Por outro lado, notou, "alguns jornais conseguem preservar verdadeiros oásis com boa produção jornalista, onde existe uma boa qualidade de informação".
Desta forma, na opinião de Rodrigo Tavares, é necessário "criar condições para que os jornais estejam mais e melhor irrigados financeiramente".
De acordo com os dados divulgados durante a conferência, os investidores de impacto respondem a um mercado global de 500 mil milhões de dólares.
Os investidores de impacto são motivados pelo lucro, mas os ativos que privilegiam são os que têm impacto social ou ambiental, nomeadamente nas áreas da educação, saúde e energias renováveis.
"A comunicação social será mais uma área para investidores de impacto. O impacto social tem por isso que ser mensurado e conseguimos desenvolver uma das primeiras ferramentas matemáticas que o consegue fazer", disse.
A empresa está neste momento a desenvolver um 'rating' relativo a investimentos em jornais 'online' e impressos, estando atualmente a avaliar quais os primeiros países que integrarão o índice.
