"A nossa preocupação não é a diminuição da utilização de gás natural. O que temos como preocupação central é que neste contexto temos que dar relevo à importância que o gás natural tem hoje, mas estará também muito presente no futuro com um contributo muito importante para o cumprimento das metas", disse à agência Lusa a diretora-geral da AGN, Suzana Toscano, no dia do encontro anual da AGN com o tema "Gás natural: Energia de hoje e do futuro", que decorre em Lisboa.
Em declarações à Lusa, a responsável considerou que uma alteração do 'mix' energético -- com o reforço do peso das fontes de energia renováveis -- "não pode significar uma redução da importância do gás natural, pelo contrário, deve ser considerado como parceiro do crescente acolhimento das renováveis".
"É preciso chamar a atenção que esta fonte de energia continuará a ter um papel insubstituível para o cumprimento das metas que estão desenhadas", declarou, referindo que o gás natural continuará a ser "a ser indispensável para garantir a estabilidade e a flexibilidade que a rede [elétrica] necessita para acolher as diferentes fontes de energia renovável"
Na indústria, acrescentou, "o gás natural é ainda insubstituível como fonte térmica". "Outro setor muito importante é o da mobilidade, sobretudo nos transportes pesados e nos marítimos", acrescentou.
A diretora-geral da AGN defendeu que "é natural que os programas [relativos à transição energética] ponham o foco no que vai ser diferente. É compreensível e legítimo".
"O que consideramos é que não é possível esquecer a importância [do gás natural] no 'mix' energético. Não dizemos que tenha sido esquecido, mas tem que ser falado", sublinhou.
Suzana Toscano disse ainda que "outro aspeto muito importante é a questão das infraestruturas gasistas modernas, eficientes, que têm de ser aproveitadas. Tem que se considerar formas de valorizar a infraestrutura".
