Renault Cacia: Administração e Comissão de Trabalhadores reúnem-se quarta
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Renault Cacia, em Aveiro, vai reunir-se na quarta-feira com a administração da empresa para tentar chegar a acordo quanto às reivindicações dos trabalhadores, informou hoje fonte ligada ao processo.
© Reuters
Auto Renault Cacia
"Entrámos em contacto com a administração dizendo que queremos o diálogo e eles responderam hoje [seguda-feira] de manhã dizendo que estão disponíveis para reunir na quarta-feira", disse à Lusa Bruno Rafael, da CT.
A reunião surge cerca de uma semana depois de os trabalhadores da Renault Cacia terem levado a cabo uma greve de três dias intercalados contra o assédio, repressão e perseguição que dizem estar a sentir e para exigir um aumento salarial de 65 euros.
O porta-voz da CT referiu que "se a empresa não ceder" às reivindicações, os trabalhadores deverão avançar para novas greves, tal como foi decidido nos plenários que decorreram na quinta, sexta-feira e domingo.
"Os trabalhadores no plenário deram-nos liberdade para isso. Vamos ver qual vai ser a resposta da empresa perante este problema", acrescentou Bruno Rafael.
De acordo com dados da CT, a paralisação que decorreu nos dias 07, 10 e 12 rondou os 90% no setor da produção, uma mobilização que, segundo Bruno Rafael, mostra que "os trabalhadores estão unidos e descontentes com esta postura incompetente da administração".
O pré-aviso de greve para aqueles três dias foi entregue depois de aprovado em plenário de trabalhadores realizados em 27 e 28 de outubro.
Na altura, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE) referiu que a "falta de respostas às legítimas reivindicações que os trabalhadores entregaram através de uma resolução aprovada em plenários em abril de 2019, e apesar de todos os esforços feitos na procura de diálogo, levou a que não restasse outra alternativa aos trabalhadores senão avançar para a greve".
Segundo aquele sindicato, verifica-se "um sentimento de frustração coletiva pela falta de reconhecimento da administração pelo empenho e dedicação dos trabalhadores".
"Mesmo depois dos inúmeros alertas concretizados pelas organizações de trabalhadores sobre a pressão e ritmos de trabalho elevados, estes não param", com reflexo nos acidentes de trabalho e baixas por doença, acrescenta o sindicato.
Em 2017, a Renault Cacia foi considerada, pelo terceiro ano consecutivo, a primeira fábrica do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi em todo mundo.
Neste momento, está em curso um investimento superior a 100 milhões de euros para dotar aquela unidade das condições necessárias à produção de uma nova geração de caixas de velocidades para os modelos mais representativos do Grupo Renault, mas também da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.
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