5G: EUA "muitos satisfeitos" com relatório de Bruxelas sobre riscos
O responsável pela política cibernética do Departamento de Estado norte-americano, Robert Strayer, afirmou hoje que os Estados Unidos ficaram "muito satisfeitos" com o relatório da Comissão Europeia sobre os riscos nacionais do 5G.
© Reuters
Economia 5G
Os Estados-membros da UE detetaram, numa análise feita aos riscos nacionais relativos às redes móveis de quinta geração (5G), a possibilidade de ocorrência de casos de espionagem ou de ciberataques vindos, nomeadamente, de países terceiros.
A informação consta de um relatório divulgado no passado dia 9 de outubro pela Comissão Europeia (CE), após os Estados-membros terem feito uma avaliação nacional sobre estes riscos, que conclui que a "introdução das redes 5G ocorre no âmbito de um complexo cenário global de ameaças à segurança cibernética".
"Estamos muito satisfeitos" de ver o relatório da CE sobre o 5G, que "reconhece uma série de características importantes" daquela rede, afirmou o vice-secretário Adjunto do Departamento de Estado para a Comunicação Cibernética e Internacional e para a Política de Tecnologia de Informação dos Estados Unidos, numa conversa telefónica com jornalistas.
A primeira nota do responsável foi a de que a rede 5G tem um elevado "risco de ciberataques".
Mas, "o importante deste relatório é que não estamos a falar só de confidencialidade ou de proteção contra a espionagem", apontou Robert Strayer.
"Temos de nos proteger" perante a eventualidade de um ataque à integridade dos dados, isto porque o 5G é uma tecnologia que vai estar ligada a áreas tão sensíveis como saúde, transporte, fornecimento de eletricidade e água, salientou.
"Quem minar" estas infraestruturas provocará disrupções nos serviços, alertou.
Por outro lado, há o risco de ataques por parte de países terceiros, destacou o responsável.
"Há uma grande ameaça de agentes de Estado ['state actors']" e por isso há a "necessidade de abordar a capacidade de um país terceiro fora da UE de influenciar os fornecedores de serviços [no 5G]", defendeu.
Sugerindo uma "análise" dessa vulnerabilidade, Robert Strayer apontou ser necessário considerar a "ligação" entre o fornecedor e governo do país onde tem a sua sede, bem como a legislação do país terceiro e se tem os mecanismos democráticos "no lugar", numa alusão à tecnológica chinesa Huawei e a Pequim.
Com a divulgação do relatório da Comissão Europeia, os Estados Unidos consideram que "agora é muito importante" que a UE avance com medidas de segurança que mitiguem eventuais ataques.
"Consideramos muito importante criar uma linha base de medidas de segurança" precisa e adequada, disse.
Robert Strayer considerou que os riscos que envolvem o 5G não podem ser unicamente avaliados pelo 'software' e 'hardware', mas também tendo em conta o país onde a empresa tem sede.
Sobre os compromissos assumidos por empresas como a Huawei, Robert Strayer considerou tratar-se de uma "transparência teatral".
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