A disponibilidade do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para encontrar medidas que substituam a proposta de aumento dos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social, manifestada hoje aos parceiros sociais, está em destaque na imprensa internacional.
O FT considera que a reacção dos portugueses às novas medidas de austeridade anunciadas recentemente pelo Governo liderado por Passos Coelho é “preocupante” e escreve que o recuo do Executivo em relação às alterações na TSU mostram o “quão tímido o Governo se tornou face à pressão da opinião pública”.
Com o título “Portugal – failing to the course” (Portugal – dificuldade em manter o rumo), o jornal económico britânico refere-se a Portugal como um país “polarizado” que junta o pior da Grécia, nomeadamente a “tendência para falhar as metas acordadas com os credores internacionais”, com os problemas no sector financeiro irlandês.
"O resgate a Portugal sempre teve demasiada Europa e FMI em dose reduzida. O Fundo precisa de manter Portugal no caminho, para evitar que se transforme numa outra Grécia”, escreve o FT.
O recuo do Governo nas mexidas à TSU também é notícia no jornal espanhol El Pais, que escreve que “Portugal reviu os cortes perante a escalada da agitação social”.
O El Pais diz mesmo que Passos recuou perante uma contestação “nunca vista em Portugal desde a Revolução de Abril de 1974" e fala num primeiro-ministro "politicamente enfraquecido pelas críticas na imprensa e pela quebra nos índices de popularidade".