Fim das faturas em papel? "Do ponto de vista fiscal a medida é inócua"
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, disse, em declarações ao Notícias ao Minuto, que apesar de esta medida ter uma componente ecológica importante, é inócua do ponto de vista fiscal.

© Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos

Economia Finanças
O fim das faturas em papel aproxima-se. A partir do início do próximo ano, os comerciantes serão dispensados de dar faturas em papel aos clientes, mas as faturas não vão acabar, apenas continuam a ser comunicadas automaticamente à Autoridade Tributária (AT).
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha, disse, em declarações ao Notícias ao Minuto, que apesar de esta medida ter uma componente ecológica importante, é inócua do ponto de vista fiscal.
"Por um lado, é uma medida que, para comerciantes e consumidores, tem um aspeto ecológico muito importante, [uma vez que] vai haver um consumo muito menor de papel. Para quem já está dentro do sistema é uma medida inócua, do ponto de vista em que não vai trazer grandes acréscimos ou decréscimos. Quem está dentro do sistema já emite fatura" e "sabe que através do sistema os valores são reportados à AT para efeitos de controlo do agente e para efeitos dos benefícios ao nível do contribuinte", concluiu.
IVA automático vem facilitar?
À semelhança do que já acontece com o IRS automático, o IVA também terá o processo de entrega mais automatizado. Paulo Ralha considera que esta medida, que está já a vigorar no caso dos recibos verdes, vem facilitar.
"Tudo o que tem a ver com automatismo, desta natureza, vem facilitar o trabalho quer dos trabalhadores da AT, quer o dos contribuintes. Mas nesta fase, o que está a acontecer é que só nos recibos verdes o IVA está a funcionar de forma automática. Nos restantes, em princípio só para o ano – ainda não temos uma data em rigor", referiu o presidente daquele sindicato.
Sobre os possíveis riscos que este sistema pode trazer, Paulo Ralha destaca os prazos. "Pode comportar riscos quando passar a abranger também os outros recibos, por causa dos prazos", exemplificando com o caso de um contribuinte emitir um recibo num dia, diferente do que diz respeito ao trabalho.
Por esse motivo, Paulo Ralha diz que tal como no IRS automático, o processo de verificação de faturas "carece sempre de alguma vigilância sobre os montantes que estão em causa". Até agora, em termos de IRS e de IRC não têm havido problemas”, pelo que considera que no IVA “também não haverá grande margem para erros”.
Todas as Notícias. Ao Minuto.
Sétimo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online.
Descarregue a nossa App gratuita.
Comentários
Regras de conduta dos comentários