Cerca 41% das empresas iniciou digitalização há mais de 5 anos
Cerca de 41% das empresas portuguesas iniciou o processo de digitalização há mais de cinco anos, com 'media', turismo e lazer a liderar o pioneirismo, segundo o Estudo Maturidade Digital das Empresas em Portugal, divulgado hoje.
© Reuters
Economia Portugueses
De acordo com um estudo que analisa os níveis de maturidade digital e de confiança das empresas portuguesas em relação ao futuro digital, elaborado pelo Observatório de Impacto Digital EY Nova SBE, "41% dos inquiridos já iniciou o seu processo de digitalização há mais de cinco anos, com os setores de 'media' (63%) e turismo e lazer (60%) a liderarem este pioneirismo".
E prossegue: "Para muitas empresas o momento em que começaram a investir nesta área parece estar associado a uma avaliação positiva da sua maturidade digital face à dos seus concorrentes".
O trabalho refere que o facto de a "visão otimista" ser generalizada na amostra "pode indicar desconhecimento da situação real dos concorrentes ou que a comparação está a ser feita essencialmente com outras empresas nacionais, o que não é necessariamente a melhor base de comparação num mundo digital".
O Estudo Maturidade Digital das Empresas em Portugal revela ainda que os empresários reconhecem que os impactos da transformação digital "são fortes e imediatos" e dizem que é "urgente agir".
Na realidade, e apesar de muitas empresas acreditarem terem iniciado a transformação digital, "poucas são as que já o fizeram de forma abrangente", sinaliza o estudo.
As empresas portuguesas reconhecem que a transformação digital "está a criar oportunidades" para a proliferação de novos produtos e serviços e novos modelos de negócio, mas conclui que os investimentos em digital "ainda estão a descurar" as vertentes de pessoas e organização, gestão de informação, a estratégia e a liderança, "uma realidade que pode criar riscos a médio prazo", adverte.
Para Digital Leader da EY Portugal, Bruno Padinha, "é importante incorporar as vantagens da tecnologia digital no negócio atual, mas é mais importante avaliar até que ponto o digital deve levar a repensar o próprio modelo de negócio".
"Focar os investimentos nos pilares do digital que fazem mais sentido para o negócio é importante, mas descurar a vertente de talento e a estratégia cria riscos a médio prazo", sublinha o especialista.
Nesse sentido, o estudo propõe que as políticas de recrutamento e desenvolvimento pessoal devem ser repensadas em função das competências futuras.
A amostra do estudo é constituída por 102 participantes portugueses, em que 66% são do homens e 32% mulheres, sendo que a distribuição por idades é superior no intervalo entre os 40 e 49 anos, em 46%.
Cerca de 80% dos participantes no estudo desempenham cargos de direção de topo, representando empresas de um leque alargado de setores. Mais de 70% dos participantes desempenham funções em empresas com receitas superiores a 50 milhões de euros e 80% em empresas com mais de 50 trabalhadores.
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