O Desporto ao Minuto esteve à conversa com uma das figuras incontornáveis do desporto nacional. Ano após ano, Fernando Pimenta aparece quase sempre elencado na lista de prémios para atleta masculino do ano.

O ano de 2017 não foi diferente e sorriu de uma maneira “perfeita” ao canoísta de Ponte de Lima, que entrou da melhor forma num ano recheado de sucessos, conquistando a medalha de ouro na primeira grande prova internacional: a Taça do Mundo em K1 1000 metros. Num total de oito medalhas internacionais, destacaram-se os dois títulos europeus em k1 1000 metros e o mundial em k1 5000 metros.

Um currículo vitorioso que conduziu o canoísta à nomeação para a categoria de melhor atleta masculino do ano na 25.ª Gala da Confederação do Desporto de Portugal.

“É o reconhecimento dos nossos resultados e daquilo que conquistámos na última época. É importante porque significa que tivemos boas prestações e conquistámos bons resultados para Portugal. Torna-se prestigiante estar entre tantas estrelas do desporto nacional”, referiu Fernando Pimenta durante a entrega de prémios que decorreu esta quarta-feira no Casino do Estoril.

Resumo de 2017

“Foi um ano fantástico, impecável. Comecei logo por conquistar a medalha de ouro na primeira prova do calendário olímpico, ainda para mais na Taça do Mundo, em Portugal, e depois consegui terminar sendo campeão do mundo. Isso resume uma época que contou ainda com sucessos europeus. É fantástico no espaço de 24 horas ser campeão e vice-campeão do mundo”.

Aberta a porta do novo ano...

“Em 2018 há o campeonato da Europa e o campeonato do Mundo, que se vai realizar em Portugal entre 22 e 26 de agosto. Espero atingir um bom momento de forma e conseguir excelentes resultados e, quiçá, lutar por medalhas”.

A ambição da tão desejada medalha

“Aquilo que nos mantém vivos e na mó de cima é estarmos focados na luta pelos títulos e pelas medalhas. Isso também nos ajuda a ir com mais energia para a competição. Não partir como favoritos, mas com a consciência que podemos estar na luta pelo bons resultados. Se já estamos nas finais é porque temos categoria para lá estar. E a partir daí só se pode pensar nas medalhas”.

2018 vai ser melhor que 2017?

“Gostava que sim, mas vai ser muito complicado. Foi, sem dúvida, um ano fantástico em que não houve pontos negativos. Fazer igual a 2017 já tornaria 2018 num ano perfeito. Fazer igual seria perfeito, tentar igualar já será muito difícil. O objetivo é sempre tentar mais e melhor, mas estou ciente das dificuldades que isso acarreta".

Tóquio, a próxima capital dos sonhos

"Todos os atletas que estão inseridos no programa olímpico já estão a pensar em Tóquio 2020. Acho que é legítimo. Atletas que estão sempre na luta pelas medalhas têm de ter já esse objetvo a longo prazo. A curto prazo penso nos Europeus e no Campeonato do Mundo, sendo que depois aparece o Mundial de 2019, que é essencial para garantir o apuramento olímpico. Porque sem apuramento olímpico não há Jogos Olímpicos para ninguém".

Sair de Ponte de Lima e rumar a outro clube

"O mais importante para mim é ter boa performance e pensar, única e exclusivamente, em resultados, conseguindo dar o meu melhor pelo clube e pelo meu país”.

Num clube de maior dimensão, os objetivos seriam outros?

“É errado pensar dessa forma. Vêem-se muitos atletas em clubes de menor dimensão, em termos de visibilidade, a conseguir fazer excelente trabalho e a dar relevo ao nome de Portugal de uma forma fantástica. Estou num clube que já é campeão há 11 anos consecutivos a nível nacional. Estou, provavelmente, num dos melhores clubes do mundo”

O próximo grande sonho?

O ouro olímpico. O sonho dos sonhos de qualquer atleta.