O Real Madrid é indiscutivelmente um dos maiores clubes do mundo. Por ele passaram grandes jogadores que deixaram um legado extenso e importante. Tão importante que o peso que deixam nos sucessores é tudo menos leve.
Já reparou que, depois de Luís Figo, os merengues não conseguiram encontrar um número 10 que fosse unânime no Santiago Bernabéu? Pois bem, não é caso para menos. Depois de deixar o Barcelona, o antigo internacional português somou 245 partidas e 57 golos ao serviços dos blancos.
Na época 2005/06, Figo deixou o Real Madrid e rumou até aos italianos do Inter. A sua saída custaria bem cara (literalmente) aos responsáveis merengues. Passados quase 11 anos, ainda não houve nenhum jogador que atingisse o brilho de Figo com a camisola número 10 do Real Madrid.
Robinho
Contratado ao Santos do Brasil, o internacional brasileiro era visto como o herdeiro da camisola usada pelo antigo jogador português. Não desiludiu ao serviço dos merengues, mas a verdade é que as expectativas não foram superadas, uma vez que nunca atingiu o patamar exibicional que protagonizou ao serviço do clube brasileiro. Saiu passadas três temporadas, em claro litígio com o clube merengue.
Wesley Sneijder
O médio holandês chegou a Madird e herdou a camisola 23 de David Beckham. Tal camisola foi talismã numa época muito bem conseguida, onde até foi considerado a melhor unidade do meio campo do Real Madrid.
Mas eis que na temporada seguinte, decide ficar com a camisola número 10, após a saída de Robinho, e herda tudo menos a magia que o craque português deixara no Santiago Bernabéu. Protagonizou uma temporada fraca que culminou com a sua transferência no final da temporada.
Lass Diarra
Sai Sneijder e fica a camisola número 10 novamente sem dono. Quem acabaria por ficar com ela foi Lass Diara, um jogador competente mas que estava longe de poder suportar tamanho peso, face aos jogadores históricos que usaram tal número. Era um jogador valioso devido à polivalência em campo mas não tinha “estaleca” para comandar as ações ofensivas de uma equipa galática.
Mesut Ozil
Com apenas 22 anos chegou ao Real Madrid com o rótulo de uma das mais entusiasmantes promessas do futebol europeu. A primeira temporada ao serviço dos merengues, com o número 23 nas costas, não correu nada mal onde o remate à meia distância era a sua principal arma. Na época seguinte recebeu como presente a camisola 10 e assistiu-se ao mesmo filme. O nível exibicional baixou perante um Santiago Bernabéu tão exigente. Acabaria por ser vendido ao Arsenal.
James Rodriguez
Quem o conhece desde da sua chegada ao futebol português sabe que James tem uma qualidade (muito) acima da média. No Mundial de 2014, no Brasil, passeou classe ‘obrigando’ o Real Madrid a pagar 80 milhões de euros pelo seu passe ao AS Monaco.
Apesar de alguma contestação face ao elevado custo, James não acusou a pressão e assinou uma belíssima primeira temporada ao serviço da formação onde alinha Cristiano Ronaldo. 17 golos e 18 assistências são números incontestáveis para alguém que tinha chegado naquela época.
No entanto, a saída de Carlo Ancelotti do comando técnico do Real Madrid está diretamente ligada à quebra de produção de James Rodríguez. A chegada de Rafa Benítez não ajudou, uma vez que toda a equipa estava abaixo do esperado e nem o aparecimento do seu ídolo, Zinedine Zidane, no lugar de treinador blanco trouxe o melhor James de volta ao serviço dos merengues. O meio campo do técnico francês tem três nomes (Kross, Casemiro e Modric) e nenhum é o do internacional colombiano.
Janeiro, o mês da decisão
Face à tamanha falta de aproveitamento, e dadas as circunstâncias, James Rodríguez afigura-se como um dos principais protagonistas que irá agitar o mercado de transferências, já em janeiro.
Em suma, e no caso da saída do internacional colombiano ser consumada, o Real Madrid partirá novamente para o mercado à procura de um maestro. Mais uma parte de um filme com o final anunciado ou será o início de uma nova era?