Carlos Severino, ex-dirigente ‘leonino’, acusa Luís Duque de “gestão danosa” numa entrevista ao jornal Público a propósito do lançamento do livro ‘Acesso Ilimitado’. E entre os episódios que conta do que viu em Alvalade, revela como a chegada a ‘custo zero’ de João Vieira Pinto (JVP) custou 10 milhões de euros. Já a venda da ‘pérola’ CR7 só terá rendido ao clube 8,25 milhões de euros.
Sobre JVP, Severino recorda que o jogador chegou inserido na estratégia de Luís Duque, atual presidente da Liga de Clubes, que “destruiu praticamente uma equipa campeã, contratando uma série de jogadores representados por [José] Veiga”. A maioria dos jogadores teria chegado a ‘custo zero’ mas este ‘zero’ na verdade implicava avultados prémios e ordenados, acusa.
O antigo diretor de comunicação do Sporting refere ainda, nesta entrevista ao jornal Público, que dos 17,5 milhões pagos pela transferência de Cristiano Ronaldo para Manchester, o Sporting só terá lucrado 8,25 porque 2,5 milhões de euros serviram para comissões, enquanto outros 5,25 milhões foram para um fundo (First Portugueses Football Players) ligado ao BES, que detinha 35% do passe do jogador, adquiridos por 627 mil euros numa altura em que Ronaldo, com 16 anos, já era avaliado em 1,8 milhões de euros.
Carlos Severino conta também como a vitória na Taça de Portugal, frente ao Leixões, foi festejada de forma diferente pelos responsáveis do futebol e o então presidente Dias da Cunha, que “estava a assistir nas bancadas” e que não foi chamado para se juntar aos restantes dirigentes, sentados no palanque de honra do Estádio Nacional.
As críticas de Severino incluem ainda Pedro Barbosa, que é acusado de, enquanto capitão de equipa, no intervalo da final da Taça UEFA (o Sporting vencia por 1 a 0 o CSKA de Moscovo) ter incentivado os colegas a recusarem o prémio de jogo, no valor de 15 mil euros, por o considerar baixo.
Curiosamente, Severino, que se candidatou em 2013 à presidência do clube, nas eleições vencidas por Bruno de Carvalho, considera que a sua candidatura contribuiu para o sucesso de Carvalho na altura, ao ajudar a “desmontar o candidato José Couceiro”, que seria o rosto da ideia de “continuidade”, que se procurava manter ao leme do clube.