À margem do entusiasmante Clássico entre Liverpool e Manchester United, este domingo, Jamie Carragher foi desafiado a comentar o futuro de Ruben Amorim no comando técnico dos red devils, sobretudo após as garantias dadas por Sir Jim Ratcliffe, co-proprietário do emblema de Old Trafford, a propósito da continuidade do português no clube durante os "próximos três anos".
"Ninguém acredita, nem por um minuto que seja, que Ruben Amorim continue como treinador do Manchester United durante os próximos três anos. Se ele ainda tivesse dito algo como 'Não temos planos de mudar de treinador nos próximos meses' ainda era uma coisa diferente. Podíamos chegar ao final da época, com as coisas a melhorar. Assim é um voto de confiança com uma margem estranha", começou por dizer o antigo craque dos reds e da seleção de Inglaterra.
"Estamos aqui sempre com a conversa de que o treinador poderá perder o emprego e depois alguém aparece para dizer que fica durante três anos? Se os resultados continuarem como estão neste momento, ele [Ruben Amorim] irá perder o emprego, infelizmente", vincou de seguida, em declarações à Sky Sport.
"Mesmo que a tentativa tenha sido ajudá-lo, não acho que isto seja realmente uma ajuda. Há que perceber a dimensão em que o Manchester United está inserido neste momento", rematou sobre o tema.
De referir ainda que Jamie Carragher já havia sido crítico para com as escolhas e a "teimosia" de Ruben Amorim, bem como com o Manchester United, pela forma como tem lidado com os contornos dos resultados oscilantes da equipa onde estão também os portugueses Bruno Fernandes e Diogo Dalot.
E o que disse Ruben Amorim?
Na passada sexta-feira, durante a conferência de antevisão ao duelo 'cabeça de cartaz' da oitava jornada da Premier League, Ruben Amorim quebrou o silêncio sobre as declarações de Sir Jim Ratcliffe.
"O jogo mais importante é o próximo. Nem mesmo os proprietários podem controlar o próximo dia, no futebol. Eu sei disso, mas é muito bom ouvir isso, também devido ao ruído. Eles estão sempre a dizer-me isso", começou por afirmar, antes de sublinhar, no entanto, que este voto de confiança não pode levar o plantel a entrar num clima de facilitismo.
"Por vezes, a pressão que coloco sobre a equipa e sobre mim mesmo é muito maior do que a que eles colocam. Eu sei que vai demorar algum tempo, mas não quero pensar assim. Disse isso, no último ano, mas é muito bom ouvi-lo. Também ajuda os adeptos a perceberem que a liderança entende que vai demorar algum tempo, mas, ao mesmo tempo, não gosto disso, porque vai dar uma sensação de que temos tempo para dar a volta à situação", prosseguiu.
"Não quero essa sensação, aqui, no nosso clube. O mais importante é o próximo jogo. É bom sentir o apoio, mas, no futebol - especialmente, nos grandes clubes - temos de provar que, todos os fins de semana, estamos preparados para vencer jogos", completou o treinador ex-Sporting.
Leia Também: "Amorim? Um treinador competente colocava o United na Europa..."