Ruben Amorim concedeu, este domingo, uma extensa entrevista à estação televisiva britânica Sky Sports, na qual aproveitou para agradecer ao co-proprietário do Manchester United, Sir Jim Ratcliffe, pelo voto de confiança público que o próprio lhe deu, quando, ao 'The Business Podcast', que teria "três anos" no cargo para 'dar a volta' ao clube.
"Não muda muito, porque o Jim [Ratcliffe] e o Omar [Berrada, diretor executivo do clube] enviam-me sempre mensagens, depois dos jogos. Aquilo que ele disse à comunicação social é que ele já me disse, várias vezes, mas isso não vai mudar a maneira como vejo o nosso clube e a frustração de não vencer todos os jogos. Isso não vai mudar. Eu durmo bastante bem, é claro. Sou pai, por isso, tenho muitas coisas em que pensar, mas estou bastante confortável", começou por afirmar.
"É claro que não estamos a trocar mensagens e a falar dos anos, mas ele diz-me sempre que vai demorar um bocado. Diz-me sempre que me quer durante muitos anos, mas ele sabe e eu sei como o futebol é, por isso, temos de focar-nos no próximo jogo. Nós sabemos que, no nosso clube, tudo muda", prosseguiu.
"Estamos num bom momento, depois de batermos o Sunderland, com todo o apoio da direção, mas, depois, um jogo pode mudar tudo. Ainda assim, é sempre positivo ouvir o teu patrão dar esse conforto, sobretudo, aos nossos adeptos, para que percebam que toda a gente entende que este é um grande trabalho e que vai demorar um pouco", completou.
O treinador português sublinhou, ainda assim, que "é difícil" sentir-se "um pouco mais relaxado" quanto ao futuro, numa altura em que a continuidade no cargo continua a suscitar dúvidas: "É algo interno, é algo que tem a ver comigo, enquanto treinador. Eu quero muito ganhar, e quero que a minha equipa esteja à altura, porque, em cada jogo, é a tua imagem que está lá".
"Isso é pessoal. É muito importante para qualquer treinador e para os adeptos perceber que temos uma direção e que o ruído não interessa. Isso é muito importante, mas a pressão que coloco sobre a equipa e sobre mim mesmo não vai mudar. Não estou mais relaxado por causa disso", rematou.
"Nós queremos jogar apoiado, mas..."
A terminar, Ruben Amorim explicou que o estilo de jogo mais direto colocado em prática pelo Manchester United, no triunfo conquistado sobre o Sunderland, em Old Trafford, por 2-0, imediatamente antes da pausa para compromissos internacionais, pode mesmo significar um ponto de viragem na maneira como aborda os jogos.
"Se prestares atenção à Premier League, consegues perceber que a maior parte das equipas, agora, quando a bola chega ao guarda-redes, defendem homem a homem, e, por vezes, nós temos de ter uma abordagem mais direta, para tentar jogar com os números. Se estão três contra três, e se jogadores como o Bryan [Mbeumo], o Ben [Sesko] ou o [Matheus] Cunha conseguem receber aquela bola, um contra um, podemos ter mais sucesso", justificou.
"Por vezes, temos essa maneira de ver o futebol. Nós queremos jogar apoiado, e dá para ver que queremos ter bola, mas, por vezes, quando os adversários pressionam alto e defendem homem a homem, não faz sentido jogar assim. Faz sentido jogar de uma outra maneira. Tem, apenas, a ver com números", concluiu, na antecâmara da visita ao Liverpool.
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