O campeão em título da Taça de Portugal foi até à Capital do Móvel defrontar uma equipa da II Liga, mas este jogo da terceira eliminatória da prova rainha demonstrou que a capacidade não tem divisão, já que o Sporting não foi a melhor equipa em grande parte do desafio, dando espaço para o Paços de Ferreira sonhar com a próxima fase. Ainda assim, acabou por conseguir a passagem à ronda seguinte da competição que quer defender com 'unhas e dentes'.
As mudanças de Rui Borges já eram esperadas para dar algum fôlego aos jogadores mais sobrecarregados, dando assim minutos a quem não os tem tido em grande escala. No entanto, o resultado destas rotações poderia ter sido catastrófico para as ambições dos leões.
Quando foram pressionados ao longo dos 90 minutos do tempo regulamentar, o Sporting parecia a equipa da divisão abaixo, já que não conseguia sair sob pressão, com erros infantis na zona de construção que davam oportunidades aos castores de surgirem com perigo na cara de João Virgínia.
O Paços de Ferreira foi feliz e jogou o jogo olhos nos olhos com o campeão nacional português, mesmo sendo com segundas ou terceiras linhas em algumas posições, não deixa de ser superior em termos individuais.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
No meio de um jogo apagado dos jogadores titulares, Iván Fresneda foi quem mais mexeu na partida desde o momento em que as substituições de Rui Borges começaram a surgir, criando muitas investidas na ala direita e sendo o principal perigo no ataque do Sporting.
Surpresa
Ronaldo Lumungo era um nome algo desconhecido antes deste jogo, visto que nem na II Liga tem sido uma figura brilhante do Paços de Ferreira, sem nenhuma participação para golo ao serviço dos castores. Mas tudo mudou nesta noite de sábado, já que foi uma das 'luzes' frente ao Sporting, com um golo e uma assistência, continuando a sua boa forma pela seleção de São Tomé e Príncipe, mostrando-se a bom nível ante o campeão nacional e da Taça de Portugal.
Desilusão
Eduardo Quaresma não esteve bem neste jogo, com várias desatenções e erros de análise ao longo de toda a partida, até acabar por sair ao minuto 73. Era uma oportunidade para mostrar a Rui Borges que podia fazer parte da rotação no eixo defensivo mais vezes, mas esta exibição não deu muita confiança ao técnico do Sporting para reintegrar o jovem português na 'roda de minutos'.
Treinadores
Filipe Cândido
O treinador do clube da Capital do Móvel acabou por dizer aos seus castores para 'morderem' os calcanhares aos leões, e o processo deu frutos ao longo da partida, só estando uma vez em desvantagem, quando se jogava o minuto 104 da partida. Um claro ascendente para a sua tarefa de manutenção na II Liga, que poderá ter bons indicadores depois de uma boa exibição frente ao campeão nacional.
Rui Borges
Sempre que tem feito uma rotação mais efusiva nas suas escolhas para o onze inicial, o Sporting tem sentido muitas dificuldades. Viu-se contra o Napoli, para a Liga dos Campeões e viu-se novamente na noite de ontem frente a um adversário de um escalão inferior, embora tivesse mantido mais jogadores do núcleo duro que na visita a Itália. Acabou por sair feliz pela passagem, mas certamente preocupado pela exibição algo apagada dos seus pilares.
Arbitragem
Militar de profissão acabou por pecar sem os 'binóculos' do VAR, que não está presente nesta fase da Taça de Portugal, a equipa de arbitragem liderada por Miguel Nogueira acabou por ter dificuldades em ajuizar da melhor forma o encontro nos momentos que acabaram por marcar o encontro. Começando logo pelo lance do primeiro golo do Sporting, que acaba por ter no meio da jogada uma grande penalidade por assinalar sobre Ioannidis.
Ainda assim, não foi o único golo com irregularidades, já que o 2-1 a favor do Paços de Ferreira é precedido de um fora de jogo que, embora seja por pouco, devia ter sido assinalado a Ronaldo Lumungo, que fez o cruzamento para João Victor. No entanto, o lance mais crítico foi mesmo antes do golo da vitória dos leões, já no prolongamento, quando a bola é rematada por Pedro Gonçalves e embate no braço de Tiago Ferreira, retirando a bola da rota da baliza pacense, que deveria ter visto uma grande penalidade assinalada naquele momento, dando uma 'mancha negra' à prestação do árbitro da AF Lisboa.
Leia Também: Sporting escapa ao susto e vence Paços de Ferreira na defesa da Taça