Favoritismo confirmado, mas com muitos sustos à mistura. O Benfica foi a primeira equipa a garantir a presença na quarta eliminatória da Taça de Portugal, depois de ter vencido em casa do Desportivo de Chaves, por 0-2, na noite de sexta-feira.
Dois grandes golos de Vangelis Pavlidis pintaram o triunfo encarnado, mas não apagaram o que foi uma exibição pálida e cinzenta por parte do vice-campeão da última edição da Taça de Portugal.
Mourinho tinha avisado antes do jogo que iria mexer muito pouco na equipa e cumpriu: apenas Samuel Soares, Tomás Araújo e João Rego entraram na equipa, para os lugares de Trubin, Otamendi e Rios. No entanto, e apesar das poucas alterações no onze em comparação com aquele que empatou no Dragão, a verdade é que a resposta em campo foi muito curta.
As águias entraram fortes na partida desde o apito inicial de David Silva e o primeiro golo de Pavlidis surgiu ao minuto 8. Daí em diante, o Desportivo de Chaves foi incomodando a baliza à guarda de um inseguro Samuel Soares, que foi largando muitas bolas. O Benfica foi tento a posse de bola, mas a equipa de Filipe Martins foi sempre muito matreira e procurou apostar no contra-ataque para tentar ferir o adverário.
A toada manteve-se na segunda parte. O Benfica ia tendo algumas oportunidades, mas sem grande domínio de jogo. Já o Desportivo de Chaves aproveitou sempre para criar perigo em transição e para estar muito atento às perdas de bola da turma lisboeta.
Quando o jogo entrou na fase decisiva, apareceu o abono de família do costume que colocou um ponto final na história da partida. Pavlidis recebeu à entrada da área, virou-se para a baliza e voltou a marcar. Sem grandes ideias para fazer algo diferente, o Benfica carimbou o apuramento e segue agora para o regresso às provas europeias diante do Newcastle.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Vangelis Pavlidis é um jogador superlativo, não só pelo que joga, mas também por aquilo que faz jogar. Não apareceu em Chaves em modo gestão, ao contrário da sua equipa, e deu o melhor seguimento à duas bolas que lhe caíram aos pés e apontou dois grandes golos.
Surpresa
Se o Desportivo de Chaves não sofreu mais golos muito o deve a Marko Gudzulic. O sérvio voltou a ser chamado para a titularidade em jogo da Taça de Portugal e não tremeu face à responsabilidade. Teve várias intervenções de bom nível que evitaram o golo ao adversário.
Desilusão
Um dos nervosos da noite foi Samuel Soares, mas o jogador com pior prestação foi João Rego. Foi a surpresa no onze de José Mourinho e também a desilusão da noite. Esteve muito escondido e nunca foi um jogador pró-ativo no processo ofensivo dos encarnados.
Treinadores
Filipe Martins
O Desportivo de Chaves está na II Liga, mas apresentou um futebol de escalão principal. Os flavienses estiveram a bom nível nesta partida e provocaram muitos sustos ao Benfica. Se o nível apresentado nesta partida se mantiver até final da temporada, os transmontanos são claros candidatos à subida de divisão.
José Mourinho
Não fez poupanças na equipa inicial, mas os jogadores estiveram em claro modo de gestão ao longo da partida, tirando um ou outro caso particular. Ainda que o favoritismo estivesse do lado dos encarnados, era preciso confirmá-lo no relvado. O Benfica sempre teve o jogo controlado, mas não foi avassalador. E podia ter pago caro por isso.
Arbitragem
O trabalho da equipa liderada por David Silva foi globalmente positivo, mas acabou por ficar manchado por um erro já na segunda parte. O lance entre Kiko Pereira e António Silva era merecedor de, pelo menos, uma revisão no VAR já que parece ter ficado um penálti por marcar.
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