Estão apenas o Nuno [Santos] e o Dani [Bragança], com as suas recuperações. O Inácio veio com um ligeiro toque, nada de extraordinário. São as duas únicas baixas que temos. São dois jogadores que estão com lesões há mais tempo, infelizmente, porque quero muito que voltem. São dois jogadores que têm de servir exemplo para todos nós, porque são muito resilientes ao nível das lesões graves. São um exemplo diário naquilo que é sorrir, querer voltar e ganhar.

É natural, porque o Ruben marcou uma era no Sporting, e não fugimos a isso. Percebo tudo o que é o Ruben, Ruben, Ruben... Eu sou fã do Ruben, também, e, se ele ganhou, é porque é bom, e nós aprendemos com os melhores. Teve o mérito de trazer o Sporting para uma era de vitórias, só que não vai voltar, por mais que queiram. O Ruben não vai voltar, só se for daqui a muitos anos, por aquilo que vai ser o caminho desportivo dele. Temos de seguir caminho, agarrarmo-nos uns aos outros e encontrar formas de nos motivarmos. É o Sporting, não é jogadores, treinadores... O Sporting já ganhou com outros, e não ganhou com outros. Aqui, importa é o Sporting. As pessoas fazer parte da história do Sporting, e devem querer fazer mais parte da história. Há dias, dizia a brincar, ao presidente, que, se forem tricampeões, daqui a 40 anos, vão ser homenageados, com os netos e os filhos, porque vão marcar algo que marcou a história. Isso é que tem de os motivar.

É a ambição do clube. A ambição do presidente é a nossa, estamos no mesmo barco. A ambição é enorme. O nosso dia a dia é isto, não podemos deixar o grupo entrar no comodismo de termos ganho, porque é um grupo que vem de há alguns anos e não ganhou apenas esta época. Temos de lutar. Essa é a maior dificuldade num grupo de grande qualidade. Essa ambição tem de lá estar. Não se podem cansar de ganhar, e essa é a maior luta que podemos ter. Temos de puxar pelos jogadores, e eles por nós, treinadores. Faz parte do ADN do Sporting, é manter toda a gente ligada. Temos muita coisa para ganhar, ainda, como é algo difícil, como o tricampeonato, que vai marcar a história do clube. Daqui a 30 anos, vão falar deles, por terem sido tricampeões. Não é um comodismo direto, é indireto, porque são jogadores que estão habituados a ganhar muito. Temos de ir atrás de mais, não podemos desligar. Não ganhámos pouco, não ganhámos nada. Temos de ganhar ainda mais, à frente. Temos de mantê-los vivos. O presidente diz, e bem, que não chega. Queremos muito mais, é natural.

Está mais preparado para o jogo, foi importante não ter ido à seleção, porque precisamos desse estímulo. Está mais capaz de dar resposta, de ser titular, o que não aconteceu nos últimos jogos. É um jogador importante por tudo o que dá, em termos físicos, porque não temos muitos jogadores com essas caraterísticas, e ele diferencia-se nos duelos, na competitividade física... É importante e, felizmente, está de volta.

A oportunidade não tem a ver com a Taça, tem a ver com o momento e o crescimento dele. Tem ouvido, entendido melhor o contexto e a exigência, que é brutal. Tem tido esse crescimento, e tem sido importante, quando tem entrado. Tem lutado por mais minutos. Não tem a ver com ser um jogo de Taça. Pode jogar na quarta e ser titular, contra o Marseille, porque tem lutado por isso. É um miúdo que tem crescido imenso. Acreditamos nele, por isso é que o fomos buscar mais cedo. Acreditamos que, no futuro, vai ser um jogador muito importante e terá um futuro muito risonho.

Já viu o documentário? Se não viu, veja, que é top. Também deve ter visto o presidente a explicar por que é que o Rui Borges voltou atrás na estrutura. Está lá, dito pelo presidente. O Rui Borges mudou a estrutura, na época passada... É claro que falo com os jogadores, mas os jogadores nunca pediram para mudar estrutura nenhuma. Apenas e só porque não tinha qualquer médio para jogar, e, numa estrutura de 4x3x3, precisava de três médios, e nem um tinha. Tive de adaptar-me ao que tínhamos, e tive de desfrutar do Zeno [Debast] a médio. De repente, virou um médio de luxo. Ao início, era maluco, depois, era um médio top... E continua a ser um jogador extraordinário, nas duas posições. Adaptei-me aos jogadores que tinha. O que me enaltece é termos sido campeões com muitas dificuldades, muitos miúdos a jogar, de jogo para jogo, sem Morten, Viktor, Geny, Pote... Fomos campeões com o Pote a jogar a 50%, nas últimas jornadas. Perdemos tantos jogadores, que me levou a procurar soluções. Tudo o que é estatística fala por si.

O Sporting ganhou a Taça, que está no museu porque fomos melhores, é tão simples quanto isso. E porque a merecemos. O ruído é vosso ou deles, não é meu. Sei é que está no museu e é nossa, com todo o mérito, a 101%, por tudo aquilo que os rapazes fizeram e pelas contrariedades que fomos tendo. Estiveram focados e ambiciosos na conquista, e virámos a eliminatória no último minuto, nesse sentido.

O Sporting tem de estar preparado. A malta foi chegando aos poucos, ficou pouca gente a treinar connosco, e temos de ter cuidado com a sobrecarga de minutos em alguns jogadores, mas estamos preparados. A nossa maior motivação é entrarmos numa competição na qual vamos defender algo que é nosso, e queremos que continue a ser nosso, independentemente de ser contra um adversário que estará altamente motivado por defrontar o campeão nacional e detentor da Taça de Portugal, perante os seus adeptos, mas acredito que temos muitos adeptos sportinguistas, que nos farão sentir em casa, que é o que tem acontecido, nos jogos fora.

Por mim, renovavam todos... O presidente é que não ia achar muita piada, pela parte financeira. A renovação do Pote tem a ver com a confiança que o clube e toda a gente tem nele. Aumenta, também, a responsabilidade do Pote, porque é um jogador muito importante para as conquistas do Sporting, nos últimos anos. É o transmitir de uma confiança enorme, aumenta a responsabilidade dele, mas está muito focado em ganhar mais, em ajudar, que perdeu muitos momentos de jogo, na época passada, e que está a voltar à melhor forma, sendo um jogador importante. Todos sentimos que é um jogador importante, e a nossa maior luta é motivá-lo todos os dias, porque é alguém que já ganhou tudo, no Sporting. Temos de mantê-lo motivado, e essa renovação também lhe transmite isso.

Estou focado no que podemos fazer, na Taça de Portugal. O ruído é imenso e a toda a hora, para com o Sporting, em relação a tudo. É sinal que somos vencedores e que, no passado ganhámos bastante ou mais do que os outros. O meu foco é apenas o jogo da Taça, perceber que vamos lutar por um troféu que já está no nosso museu, desfrutar dele, mas, para isso, temos de entrar numa luta de defender o que conquistámos. É algo que nos dá muitas memórias, é algo que queria muito, desde sempre, porque vim de baixo e percebo bem o significado da Taça. As memórias são imensas, desde ter os meus pais e a minha família toda na bancada... É isso que me marca a Taça, e ela está lá, no museu, com o nome de todos nós, para sempre.

Isso, para mim... Vou ser objetivo. Falam do sistema, mas o sistema é muito subjetivo. Não queria fazer parecer que estou a dar aulas táticas, porque não quero. Estou sempre em aprendizagem. Naquilo que é o sistema de que falam, a grande maioria dos jogadores jogam nas posições que jogavam, temos a melhor versão do Pote, do Trincão, do Hjulmand, do Inácio, do Quenda... A equipa do Sporting nunca produziu tanto em termos ofensivos. É a equipa que mais oportunidades de golo cria e desperdiça. É a segunda equipa que menos deixa criar ao adversário, atrás do FC Porto. Se formos aos números, o sistema nem é assunto. O sistema tem a ver com as dinâmicas que lhe damos. Contra o Sporting de Braga e a segunda parte contra o Estoril, não teve a ver com isso. Teve a ver com incapacidade, se calhar, minha, que sou o principal culpado e darei sempre a cara pelos jogadores. Não fui capaz de explicar como anular o Sporting de Braga, no sentido em que não nos criaram grande perigo. Tiveram uma posse sem nos criar grande perigo, porque metia muita gente na primeira etapa, e andámos a correr em demasia, mas, em muitos momentos, mal. Não tem a ver com o sistema. A melhor versão da maioria dos jogadores, em termos estatísticos, responde por si. Não é assunto, para mim.

Nem sequer vi o presidente, nos dias depois do jogo com o Sporting de Braga... É engraçado vermos o que se passa fora e como criam histórias alucinantes. Tem a ver com a nossa exigência, jamais será crítica. Queremos ganhar, a todo o custo. Demonstrámos que fomos os melhores, temos tido um início de época até bastante produtivo daquilo que é a qualidade da equipa. Num jogo menos conseguido, ficámos sentido, porque não conseguimos ser o Sporting que temos sido, e isso tem de mexer connosco. Não se trata de uma crítica, mas da exigência máxima que temos connosco mesmos, no dia a dia, para dignificar cada vez mais o individual de cada um. Os jogadores têm de ficar sentidos por não termos sido capazes de ser o Sporting que queremos e que temos conseguido ser, na maior parte do tempo.

Não podemos menosprezar o adversário, tem alguma história, tem uma final da Taça de Portugal, tem duas meias finais... O maior respeito que podemos ter pelo adversário é olhá-lo de forma séria, em termos técnicos e táticos. Temos de perceber que vamos defender um título, e queremos muito voltar à final do Jamor, que nos marcou, na época passada. A maior motivação que podemos ter é a de defender algo que é nosso, que conquistámos com muita dedicação, que temos de colocar em prática, novamente, para conseguirmos, pelo menos, estar numa final da Taça de Portugal, outra vez.