Está instalada a polémica, na Liga Europa, depois de as autoridades policiais inglesas terem optado por vetar a presença de adeptos israelitas no encontro da quarta jornada da fase de liga, que irá colocar, frente a frente, Aston Villa e Maccabi Tel Avive, a partir das 20h00 (hora de Portugal Continental) do próximo dia 6 de novembro, no Villa Park, em Birmingham.
Esta quinta-feira, em forma de comunicado partilhado através das plataformas oficiais, os villains fizeram saber que o Grupo de Aconselhamento de Segurança (SAG) "escreveu, formalmente, à UEFA", opondo-se à venda de bilhetes à massa associativa adversária, alegando "preocupações ao nível da segurança pública nas imediações do estádio e a capacidade de lidar com quaisquer potenciais protestos, noite dentro".
"O clube está em contínuo diálogo com o Maccabi Tel Aviv e as autoridades locais ao longo deste processo que decorre, com a segurança dos nossos adeptos que marcarão presença do jogo e a segurança dos residentes locais na linha da frente de qualquer decisão", completou a nota.
Keir Starmer é contra e até fala de "antissemitismo"
Já esta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, veio a público condenar a decisão, através de uma publicação na rede social X (o antigo Twitter): "Esta é a decisão errada. Nós não iremos tolerar antissemitismo nas nossas ruas. O papel da polícia é garantir que todos os adeptos de futebol podem desfrutar do jogo, sem receio de violência ou intimidação".
Já Ian Murray, responsável pelo ministério da Cultura, deu conta, à estação televisiva britânica BBC, de uma reunião de emergência, para procurar reverter a restrição: "É a decisão errada ao nível da mensagem que envia quanto ao antissemitismo, mas também envia a mensagem errada a todo o país, em como seríamos banidos de participar em eventos públicos se formos da raça, religião ou credo errados".
This is the wrong decision.
— Keir Starmer (@Keir_Starmer) October 16, 2025
We will not tolerate antisemitism on our streets.
The role of the police is to ensure all football fans can enjoy the game, without fear of violence or intimidation.https://t.co/8aBeqE4qbA
Israel condena "decisão cobarde" e UEFA 'chuta para canto'
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, também recorreu às redes sociais para condenar, veementemente, a proibição da presença de adeptos do país, no Aston Villa-Maccabi Tel Aviv, escrevendo: "Decisão vergonhosa! Apelo às autoridades do Reino Unido que revertam esta decisão cobarde".
A UEFA, por seu lado, limitou-se a enviar um comunicado à agência noticiosa Reuters, recusando qualquer tipo de responsabilidade e sublinhando que "encoraja ambas as equipas e autoridades competentes a chegarem a acordo quanto à implementação de medidas apropriadas necessárias" para a promoção de "um ambiente seguro".
"Em qualquer caso, as autoridades locais competentes permanecem responsáveis por decisões relacionadas com a segurança dos jogos que decorram no seu território, sendo as respetivas decisões determinadas com base em avaliações de risco aprofundadas, que podem variar, de jogo para jogo, e levando em conta circunstâncias anteriores".
Está, desta maneira, o 'caldo entornado', numa altura em que a própria FIFA tem vindo a ser pressionada no sentido de afastar Israel de todas as competições que organiza, tendo em conta o conflito bélico na Faixa de Gaza, na Palestina.
Shameful decision!
— Gideon Sa'ar | גדעון סער (@gidonsaar) October 16, 2025
I call on the UK authorities to reverse this coward decision! https://t.co/K5h32VpYa6
Leia Também: Netflix na 'corrida' para garantir direitos da Liga dos Campeões