Apesar do bom arranque de época, o Benfica atravessa, por esta altura, um momento de tremenda oscilação, sendo que a saída de Bruno Lage para dar lugar a José Mourinho ainda não se traduziu nos resultados mais desejados no emblema da Luz... e até já 'roçou' um recorde negativo no presente século.
A pobre veia goleadora das águias é uma das coisas que mais tem preocupado os seus adeptos, tratando-se de algo que não melhorou desde a troca do comando técnico. Alias, até piorou. Com Bruno Lage, o Benfica apontou 15 golos nos primeiros 10 jogos. Com José Mourinho, os encarnados festejaram seis golos nas cinco partidas seguintes.
Ainda assim, não é só por aqui que se vê a redução da chama goleadora na transição de um treinador para o outro, até porque o registo de arranque de temporada ficou bastante longe daquele que se verificou na época passada, com 36 golos ao fim dos primeiros 15 jogos - pelo meio, Bruno Lage rendeu Roger Schmidt e 'espevitou' a frente de ataque encarnada.
É certo que, na presente temporada, Bruno Lage também só conduziu o Benfica a seis golos apontados nos primeiros cinco jogos, mas com a diferença de que tal aconteceu sob o efeito positivo de quatro vitórias e um empate, com a baliza de Trubin 'inviolável'. Já com José Mourinho, as águias registaram dois triunfos, dois empates e uma derrota, com três golos sofridos, sendo que, nos últimos dois jogos, a 'seca' de golos apoderou-se da sua equipa, diante do Chelsea (1-0 na Liga dos Campeões) e do FC Porto (0-0 na I Liga).
Recorde secular negativo na mira
Tal conjetura de resultado levou o Benfica a aproximar-se do registo ofensivo mais pobre num arranque de uma época, no presente século, pertencente a José António Camacho, em 2007/08, com apenas 18 golos ao fim dos primeiros 15 duelos. A média, por essa altura, era de 1,2 golos por jogo.
Já na presente temporada, a marca atual é de 1,4 tentos certeiros por partida, à semelhança do que havia acontecido em 2005/06, na altura com Ronald Koeman a comandar os destinos do emblema da Luz, pelo que, desta vez, o registo saiu da órbita de técnicos estrangeiros e 'dividiu-se' entre dois treinadores portugueses.
Curiosamente, José Mourinho foi um dos treinadores a contribuir para a pobre veia goleadora de Bruno Lage no arranque de época, fruto do empate no Fenerbahçe-Benfica (0-0), em Istambul, na primeira mão do playoff de acesso à fase regular da Liga dos Campeões.© Getty Images
O que falta lá na frente?
Por esta altura, Vangelis Pavlidis surge como o melhor marcador do Benfica, com sete golos apontados, o que equivale a um terço de todos os festejos encarnados na presente temporada, enquanto Franjo Ivanovic ainda só faturou por três ocasiões. Já jogadores como Georgiy Sudakov, Andreas Schjelderup e Fredrik Aursnees levam dois golos cada.
Os números são radicalmente inferiores aos da temporada transata, por esta altura. É certo que Vangelis Pavlidis até tinha festejado menos vezes (cinco), mas o Benfica seguia de 'vento em popa', apoiado, por exemplo, nos dez golos de Ángel Di María, nos oito de Kerem Akturkoglu (que havia iniciado a época no Galatasaray) e ainda nos quatro de Arthur Cabral.
Para já, à turma de José Mourinho estão a faltar mais remates, recorrendo desde logo ao Clássico no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto (0-0), com apenas quatro tentativas de mirar a baliza contrária. O próximo duelo do Benfica acontece na Taça de Portugal, com a deslocação ao reduto do Desportivo de Chaves, esta sexta-feira, a servir de teste para que o experiente técnico português 'afine' a pontaria encarnada.
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